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Executivo da Petrobras diz que irregularidades apontadas pelo TCU são "zelo"

Folha Online

O gerente de Engenharia de Custos e Estimativas de Prazos da Petrobras, Sérgio Santos Arantes, saiu em defesa da estatal nesta terça-feira e afirmou na CPI da Petrobras que os indícios de superfaturamento apontados pelo TCU (Tribunal de Contas da União) representam "zelo" da empresa para garantir a boa execução da obra de construção da refinaria Abreu e Lima e evitar a contração de "pessoas não esclarecidas".

Segundo Arantes, a Petrobras tomou uma série de cuidados para a seleção da mão de obra. "A Petrobras zela pela saúde e responsabilidade social, isso é muito importante. Não é à toa que é a quarta empresa das Américas. Esses requisitos são necessários porque temos um programa de capacitação para que a gente não contrate pessoas não esclarecidas, analfabetas, por exemplo", afirmou.

Também em depoimento à CPI, o gerente de implementação de empreendimentos da refinaria Abreu e Lima, Glauco Legatti, disse que dos 12 questionamentos do TCU, seis já foram respondidos, entre eles as dúvidas em relação ao projeto ambiental, a execução orçamentária e a contratação do projeto básico.

O executivo disse ainda que está negociando com o tribunal sobre os outros seis pontos, que indicam, por exemplo, superfaturamento nos gastos com mão de obra. Segundo o gerente, o TCU leva em consideração índices referentes a gastos com rodovias.

"Já esclarecemos questões sobre os preços desses itens que foram questionados pelo TCU. Na verdade, alguns não contemplam algumas especialidades do nosso tipo de construção, não levando em consideração mão de obra, hora extra, parte de treinamento e recomendações técnicas", disse.

Legatti reforçou as explicações da Petrobras de que o problema na construção da refinaria é principalmente o tipo de solo encontrado na região. Segundo o gerente, somente após o início das obras constataram que parte do solo é expansivo, com variação de volume e mobilidade o que dificulta o trabalho de terraplanagem e gerou aumento de custos. Ele reclama que o TCU utilizou na auditoria os mesmos critérios e exigências para a construção de estradas.

Para o executivo, a Petrobras entende que a construção de uma refinaria é mais complexa que a de uma rodovia, portanto os parâmetros do TCU precisam ser adaptados. A Petrobras reafirma que não houve sobrepreço nem superfaturamento e afirma que os custos estão de acordo com critérios internacionais de preços. Auditorias do TCU apontariam superfaturamento de até R$121 milhões na obra.
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