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Prefeito prega união para retomada do VLT e afirma que governo não dará conta de sustentar modal sozinho

Da Redação - Wesley Santiago

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), pregou união entre toda a classe política e também a sociedade civil organizada para que as obras do Veículo Leve sob Trilhos (VLT) sejam retomadas. O emedebista teme que o governo do Estado, sozinho, não dê conta de sustentar o modal. O gestor esteve presente na audiência pública promovida pelo Instituto de Engenharia de Mato Grosso, na última segunda-feira (12), em parceria com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA- MT), para debater o assunto.

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“Primeiramente temos que sentar à mesa e de forma transparente, expor todos esses estudos que ninguém ainda sabe a realidade dos fatos, qual a projeção da tarifa e se esse a tarifa realmente tenha que ser subsidiada. Esse sistema, em tese, é intermunicipal e hoje tem um subsídio muito baixo, praticamente a gratuidade no intermunicipal inexiste, a não ser no caso dos idosos. Então, seria mantida a tarifa cheia, sem subsídios, que dá mais sustentabilidade para o sistema”, disse o prefeito.
 
O prefeito acredita que é necessário unir toda a classe política independente de partido: Prefeitura de Cuiabá, de Várzea Grande, o Governo do Estado, as bancadas federal, estadual e municipal de Cuiabá e Várzea Grande, para que todos se unam e conheçam os números de forma transparente, além de chamar a sociedade civil organizada para juntos darem um destino ao VLT.
 
“Sozinho eu temo que o governo do estado não vai conseguir sair desse emaranhado que foi herdado e pelo bem da população, além da grande transformação que ganharíamos no transporte coletivo e mobilidade urbana em geral, temos que nos unir”, disse.

Emanuel já cobrou, diversas vezes, o governador Mauro Mendes para que ouça a todos antes de decidir o futuro do VLT. Além disto, afirmou que nenhum centímetro de obra será realizado sem sua autorização, já que há um decreto em vigor, que versa sobre a necessidade de permissão do município.

Em resposta as cobranças do prefeito, Mauro disse que o prefeito não o consultou quando resolveu colocar grama nos canteiros onde deveria ser construído os trilhos e que o problema do VLT foi causado por omissões de deputados estaduais da época, incluindo Emanuel Pinheiro.

Encontro
 
O objetivo do encontro foi de possibilitar um amplo debate sobre a situação das obras que encontram-se paralisadas desde 2014, sobretudo em função dos altos investimentos já realizados. Cálculos apontam para valores acima de R$ 1 bilhão.
 
Uma comissão foi montada pela Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, do Ministério de Desenvolvimento Regional, em parceria com o Estado de Mato Grosso, e terá um prazo máximo de 120 dias para apresentar uma solução para a questão da mobilidade urbana de Cuiabá e Várzea Grande.
 
“A finalidade desse encontro é um debate sobre o que a população espera dessa realidade para que as demais entidades de classe pudessem ter uma base de pensamento e assim defender uma bandeira. Estamos aqui com profissionais da área de engenharia que irá nos dar a possibilidade e as condições para retomar a obra”, disse o vice-presidente do Instituto de Engenharia de MT, Jorge Rachid Jaudy.
 
Participaram da audiência o senador Wellington Fagundes, o deputado federal, Emanuel Pinheiro Neto, os deputados estaduais, Wilson Santos e Carlos Avallone, o presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, Misael Galvão, os vereadores, Luís Cláudio, Adevair Cabral, o ex-governador, Júlio Campos, o presidente do CREA- MT, João Pedro Valente, o gerente de obras do consórcio VLT, Fernando Orsini, o coordenador do Movimento Pró VLT Vicente Vuolo Filho, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), engenheiros da UFMT, e demais profissionais da área.

VLT
 
Iniciada em agosto de 2012 e com mais de R$ 1 bilhão já aplicados para o “novo” modal de transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande, os trilhos que guiariam o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) nos dois municípios quase não existem, e os que já foram construídos estão se deteriorando, juntamente com os vagões que estão estacionados no Centro de Controle Operacional e Manutenção, localizado em Várzea Grande e que, por curiosidade, também está se definhando por falta de manutenção.
 
Parada desde dezembro de 2014, o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos será composto por duas linhas (Aeroporto-CPA e Coxipó-Porto), com total de 22 km de trilhos e terá 40 composições, com 280 vagões. Cada composição tem capacidade para transportar até 400 passageiros, sendo 72 sentados.
 
Serão 33 estações de embarque e desembarque e três terminais de integração, localizados nas extremidades do trecho, além de uma estação diferenciada onde também poderá ser feita a integração com ônibus.

No início deste mês, o Tribunal de Justiça do Estado decidiu manter a rescisão do contrato do Governo com o consórcio VLT. No mesmo dia, o governador Mauro Mendes anunciou que iria decidir os rumos das obras do modal até o início de julho.
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