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Mendes defende competência de ministro, mas demonstra preocupação com política ambiental de Bolsonaro

Da Redação - Érika Oliveira

Primeiro ministro brasileiro a sofrer pedido de impeachment no Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Salles foi definido pelo governador Mauro Mendes (DEM) como uma pessoa de grande experiência e compreensão das questões ambientais. O titular do Meio Ambiente esteve em Mato Grosso esta semana para vistoriar in loco as queimadas que atingem o Estado e prometeu pacificar o diálogo com os mercados internacionais, mas cobrou que esses países paguem “devidamente” pelos recursos naturais que o Brasil oferece. O chefe do Executivo mato-grossense demonstrou preocupação com a política ambiental aplicada pelo Governo Bolsonaro.

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“A política ambiental do presidente Bolsonaro é conduzida pelo Ricardo Salles. O ministro é muito experiente, foi secretário do Meio Ambiente de São Paulo, tem uma grande compreensão dos aspectos ambientais brasileiros, sabe da importância que isso tem dentro do contexto das relações do Brasil com os mercados internacionais. E sim, todos nós brasileiros temos que nos preocupar com esse tema. O aquecimento global colocou o Meio Ambiente numa das agendas mais centrais que existe em todo o planeta. Preservar é uma agenda mundial e o Brasil não pode e nem está fora disso. Barreiras que possam ser criadas, por questões ambientais, aos produtos brasileiros, certamente seriam catastróficas para o Brasil e um grande desastre para Mato Grosso”, alertou o governador.

O pedido de impeachment de Salles senador Fabiano Contarato (Rede-ES), presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado. O ministro é acusado de violar a Constituição ao alterar a governança do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e de negligenciar a situação ambiental do país. Outro ato que foi ressaltado no pedido é a perseguição a servidores públicos, como a exoneração do cargo de chefia que ocupava no Ibama o fiscal José Olímpio Augusto Morelli, que multou o presidente Jair Bolsonaro (PSL) em 2012.

Durante a visita a Mato Grosso esta semana, o ministro amenizou o tom que vinha adotado com relação aos países que mantinham contratos na área ambiental com o Brasil, a exemplo da Alemanha e da Noruega, que suspenderam R$ 280 milhões de repasses ao Fundo Amazônia.

“O agronegócio brasileiro já é um exemplo de sustentabilidade para o mundo, faz agricultura sustentável com boas práticas, mas nem por isso estamos imunes a criticas. Razão pela qual o Brasil precisa permanentemente manter boas práticas, mostrar que segue regras internacionais, inclusive com relação a mudanças climáticas, acordo de Paris...”, disse, na ocasião.

Questionado se temia que as declarações polêmicas do presidente Jair Bolsonaro (PSL) resultassem em novos rompimentos, o governador Mauro Mendes se esquivou. “Essa imagem que estamos tendo aqui, em toda a Amazônia, é uma imagem muito ruim e tem que ser combatida duramente. [Mas] Ele é nosso presidente, foi eleito democraticamente, tem sua dinâmica própria. Ele diz muitas verdades de uma forma muito objetiva, muito peculiar dele e não cabe a mim fazer esse julgamento. Eu tenho a minha forma de conduzir, nós temos que respeitar ele porque ele é o presidente, e todos nós somos responsáveis por aquilo que nós falamos e fazemos”, pontuou Mauro Mendes.
 
 
 
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