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Cacique Raoni afirma a Macron que Bolsonaro "incitou incêndios na Amazônia"

Da Redação - Wesley Santiago

O líder indígena do Alto Xingu, na divisa entre Mato Grosso e o Pará, cacique Raoni Metuktire, reuniu-se na segunda-feira (27) com o presidente francês, Emmanuel Macron, e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) incitou incêndios na Amazônia. As informações foram publicadas pela Veja.

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“Falei com o presidente Macron sobre muitos temas e tivemos uma boa conversa. Pedi que nos ajude a preservar nossas terras”, disse.

De acordo com o cacique, na conversa ele afirmou que o presidente Jair Bolsonaro “incitou agricultores e empresas mineradoras a incendiarem a Amazônia”.

Em 7 de setembro, Raoni participará no Climax, reunião alternativa em Bordeaux, na França, com foco na Floresta Amazônica.

Reunido em Biarritz, sudoeste da França, o G7 prometeu, na segunda-feira, uma ajuda de 20 milhões de dólares – cerca de 83 milhões de reais – e o envio de aviões-tanque para combater os incêndios na Amazônia. O governo brasileiro, porém, afirmou que recusará a proposta, caso não haja um pedido de desculpas de Macron.

Em maio, o cacique ganhou apoio do presidente francês, Emmanuel Macron, para a construção de muros verdes feitos de bambu, para delinear a reserva do Xingu. O líder indígena do Alto Xingu, na divisa entre Mato Grosso e o Pará, estava na Europa em busca de um financiamento de um milhão de euros.

O chefe de Estado francês conversou por 45 minutos no Palácio do Eliseu com Raoni e com três outros líderes da Amazônia - Kailu, Tapy Yawalapiti e Bemoro Metuktire. Ao final da reunião, eles levantaram os braços nos degraus do Eliseu.

O objetivo desta viagem é lançar um SOS junto à opinião pública e aos líderes políticos para salvar a grande reserva do Xingu, uma enorme área de biodiversidade de cerca de 180.000 km2.
 
"Busco um milhão de euros para financiar muros verdes feitos de bambu, para delinear a grande reserva do Xingu, que tem sofrido com a intrusão permanente de traficantes de madeira e de animais, garimpeiros e caçadores, que vêm caçar em nossas terras", disse Raoni em uma entrevista ao ‘Le Parisien’.

Depois do encontro, a presidência disse que a França apoiaria o projeto de Raon", como parte de "seu compromisso com a biodiversidade e no âmbito da presidência do G7" este ano. Esse compromisso, incluindo financeiro, será anunciado posteriormente.
 
Por ocasião desta reunião, o governo francês anunciou que a França planeja sediar uma cúpula internacional de povos indígenas do mundo inteiro, provavelmente em junho de 2020.
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