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Mauro afirma que Bolsonaro ‘não é salvador da pátria’ e prega união pela defesa da segurança pública

Da Reportagem Local - Érika Oliveira / Da Redação - Isabela Mercuri

Em seu discurso, na noite da última quinta-feira (5), o governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que ‘não existe um salvador da pátria’ e, apesar de elogiar a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), disse que acredita na união, na força do coletivo e na mudança de valores para enfrentar problemas da segurança pública. A fala do democrata foi feita na presença do ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante o evento de comemoração dos 184 anos da Polícia Militar do Estado, e destoou do habitual discurso ideológico do Governo Federal. 

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Abraham, que discursou antes do governador, criticou as ideologias de esquerda e afirmou que o mal da violência “é engendrado, foi planejado, foi bolado. Eles têm a bíblia deles, uma bíblia satânica. Eles têm a bíblia e os ideólogos deles. Um dos ideólogos deles, o Gramsci – esse movimento é mundial, não é brasileiro. A bandeira vermelha não é brasileira. Nossa bandeira é verde e amarela, nunca vai ser vermelha – esses ideólogos do vermelho, esse Gramsci falava ‘tomem as escolas’, e eles tomavam as escolas”.

Mauro buscou ser conciliador. “O desafio da segurança pública no nosso país é gigantesco. É um desafio que nós temos que reconhecer, ministro - e eu vou dizer aqui ao senhor aquilo que eu disse ao ministro Moro na frente de praticamente todos os governadores do Estado brasileiro: tem algo muito errado na trajetória recente do nosso país. Porque se nós olharmos ao longo dos últimos 30 anos, para não dizer que essa critica está sendo feita contra partido A, B ou C, ao longo dos últimos 30 anos todos os indicadores de segurança pública nesse país pioraram. E se isso aconteceu, é porque tem algo que precisa ser revisto nos nossos marcos jurídicos, na forma com que a sociedade está enfrentando o crime e as organizações criminosas no nosso país”, afirmou.

O governador continuou afirmando que a responsabilidade não é só da Polícia Militar ou Civil, mas de todo cidadão. “Não adianta apontar o dedo e encontrar culpados, porque muitas vezes o culpado somos nós, que com ações, ou muitas vezes, por omissões, deixamos de dar a nossa contribuição”, disse.

“O problema é que muitas vezes as pessoas querem que os outros façam aquilo que eles não se propõem a fazer. Não existe salvador da pátria. Não será Jair Messias Bolsonaro, nem Mauro Mendes, nem cada um dos governadores, senadores ou coronéis. Não importa a posição que cada um de nós estejamos. Eu acredito na força do coletivo, na união de todos nós, unidos e emanados de princípios e valores a construir um país, um estado, uma sociedade mais justa e melhor”, finalizou o chefe do Executivo.

Weintraub veio a Mato Grosso para anunciar investimentos de R$ 13 milhões para a Educação de Cuiabá, Lucas do Rio Verde e Várzea Grande. A agenda do ministro também incluiu a discussão da militarização das escolas públicas do Estado, projeto de autoria do deputado bolsonarista Silvio Fávero (PSL) e já sancionado pelo governador Mauro Mendes (DEM).  

A Lei nº 10.922, que permite transformar as escolas públicas de Mato Grosso em colégios militares, foi sancionada em julho. De acordo com a legislatura, a adesão das escolas ao modelo militar será feita de forma voluntária. A militarização das escolas brasileiras é uma das principais agendas do Governo Bolsonaro.
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