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Barbudo garante apoio enquanto Selma tiver mandato, mas diz que desfiliação irá gerar ressentimento

Do Local - Carlos Gustavo Dorileo / Da Redação - Erika Oliveira

A senadora Selma Arruda afirmou que irá anunciar até a próxima semana se fica ou não no PSL. A expectativa é de que ela se filie ao Podemos, em razão da crise vivida em âmbito nacional, provocada pela “pressão” do filho do presidente, Flávio Bolsonaro, para que ela recue da instalação da CPI da Lava Toga. Presidente da sigla em Mato Grosso, o deputado federal Nelson Barbudo se esquivou da polêmica, disse que irá apoiar a senadora enquanto durar seu mandato, mas assumiu que a desfiliação, se confirmada, vai gerar ressentimentos.

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“Ainda não é uma decisão, ela está analisando. Mas eu recebi [a noticia] com muita tristeza. A Dra Selma é um baluarte no Senado, é atuante, é considerada uma das melhores do país e se ela deixar o partido nós vamos nos ressentir, evidentemente. Qual partido não quer uma senadora como ela? Mas Senado é uma coisa e Câmara é outra. Eu não quero interferir no Senado, então eu quero dizer o seguinte: essa questão de Lava Toga é dos senadores e eu sou deputado federal. Eu apoio Selma Arruda até o ultimo dia de seu mandato, porque tenho nela um apresso muito grande por sua capacidade política. Mas Lava Toga não vou opinar porque não é da minha alçada”, declarou Barbudo, durante agenda em Cuiabá, na manhã desta sexta-feira (13).

No início da semana, em entrevista ao Olhar Direto, Selma rompeu o silêncio sobre a crise no PSL e admitiu que a pressão partidária pela derrubada da CPI da Lava Toga foi o que deu início ao seu descontentamento com a sigla.

A articulação contra a Comissão Parlamentar de Inquérito é feita pelo filho do presidente Jair Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro, e tem apoio do presidente nacional do partido, Luciano Bivar.

“O próprio Luciano Bivar declarou que apoia a derrubada da CPI. Eu não posso deixar de me contrariar com isso, porque eu vim da magistratura. Sabemos que não tem outra forma de se limpar o país, se não a gente limpando tudo. Você não pode ver o que está de errado no Executivo, o que está de errado no Legislativo e não ver o que está errado no Judiciário. Então é uma coisa que eu não posso me voltar contra. Seria contra meus princípios. Não tenho como me voltar contra isso. O partido apoia esta intervenção e tenta pressionar para que retiremos as assinaturas. É por isso que estou pensando na possibilidade de não permanecer na sigla. Mas não por isso deixar de apoiar o presidente”, declarou a parlamentar, na ocasião.

No mesmo dia, em uma rede social, Bivar negou que Flávio Bolsonaro tivesse influência na decisão do partido. No entanto, no final desta semana Selma voltou a falar com a imprensa e garantiu a interferência do colega senador. Selma, inclusive, revelou que Flávio teria gritado com ela ao telefone. Outro que estaria tentando demovê-la da ideia é o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM/AP).
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