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Imagem de empresário da Sport Cars é utilizada para inventar acusação contra PT de fraude na Mega-Sena

Da Redação - Wesley Santiago

Uma imagem do empresário Marcelo Sixto Scheavenin, dono da Sport Cars em Cuiabá e acusado de comercializar veículos de luxo e não repassar o dinheiro aos proprietários dos automóveis, está sendo utilizada para inventar uma história de que o Partido dos Trabalhadores (PT) teria fraudado o sorteio da Mega-Sena, que premiou um grupo de parlamentares e assessores da liderança do PT na Câmara dos Deputados. No total, cada um levou R$ 2,5 milhões. Como checado por diversos sites, a informação é falsa.

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Confira abaixo a matéria do Estadão sobre o caso:
 
Consulta no Portal da Transparência da Câmara dos Deputados não localizou nenhum servidor chamado “Miquéias Mendonça”. Na verdade, o único servidor da casa com primeiro nome semelhante é Miquéias Rodrigues Brandão, secretário parlamentar do deputado Fernando Coelho Filho (PSB-PE).
 
 A imagem que ilustra o boato também não tem nada a ver com o sorteio da Mega Sena. Trata-se, na verdade, de uma reportagem de abril de 2019 exibida pelo Fantástico sobre o empresário Marcelo Sixto Schiavenin, dono de uma loja de carros de luxo em Cuiabá (MT). A foto possivelmente foi feita em Módena, na Itália, visto que Schiavenin aparece dirigindo o mesmo modelo de carro, com a mesma roupa e com a mesma pessoa ao lado durante um trecho do vídeo.

O sorteio da Mega Sena na última quarta, 18, premiou um grupo de parlamentares e assessores da liderança do PT na Câmara dos Deputados. O grupo fez um bolão no qual cada um contribuiu com cotas de R$ 10 e levou, após o resultado, cerca de R$ 2,5 milhões.
 
Caminho da verificação. Para checar este boato, o Estadão Verifica consultou o Portal da Transparência da Câmara dos Deputados para localizar suposto servidor do PT chamado “Miquéias Mendonça”. A reportagem também utilizou o Google Imagens, ferramenta de busca reversa de imagens do Google, para localizar a fotografia que ilustra o boato: um dos resultados era a reportagem do Fantástico.
 
Este boato foi selecionado para verificação por meio da parceria entre o Estadão Verifica e o Facebook. O AosFatos e a Agência Lupa também desmentiram este conteúdo. A matéria completa pode ser vista AQUI.


Sport Cars

A Polícia Judiciária Civil concluiu o inquérito policial que investigou o proprietário da concessionária Sport Cars Multimarcas, acusado de comercializar veículos de luxo e não repassar o dinheiro aos proprietários dos automóveis. Marcelo Sixto Scheavenin e a esposa Thays Dalavalle foram indiciados por estelionato e apropriação indébita majorada. O delegado responsável pelo caso chegou a pedir a prisão do empresário, mas a Justiça entendeu que ele deverá somente utilizar tornozeleira eletrônica.

O inquérito policial foi encaminhado ao Poder Judiciário no final da quarta-feira (17), pela 2ª Delegacia de Polícia do Carumbé, que havia pedido a prisão de Marcelo, mas Justiça entendeu pela decretação de medidas cautelares adversas da prisão, dentre elas o monitoramento por tornozeleira eletrônica, apresentação de passaporte e recolhimento domiciliar nos finais de semana. A esposa dele foi apenas indiciada. 

O caso
 
No documento de autofalência obtido por Olhar Jurídico/Direto, a empresa cita que iniciou as atividades no dia 13/07/2015, mas devido à crise econômica que assolou o país nos últimos anos, o negócio teria se tornado insustentável. Conforme o advogado, Elvis Antonio Klauk Junior, Marcelo teria entrado no velho ditado popular de “despir um santo para vestir outro”.
 
À reportagem, o advogado do casal afirmou que a dívida é de cerca de R$ 11 milhões e neste caso não caberia Recuperação Judicial. “O cliente nos passou a dificuldade econômica dele, e aí nós fizemos uma análise jurídica e o caso não comportava recuperação judicial e sim pedido de falência, direto. O ativo dele não comporta o passivo, de 50% da dívida”, disse o advogado.

Ele explicou que a Lei de falência (Lei 11.101/05) obriga o devedor que está em uma situação financeira que não comporta recuperação judicial a pedir a autofalência. O advogado afirmou que seu cliente pretende responder a todas as ações judiciais que vierem contra ele.

"As pessoas falam que é golpe, mas não é golpe, ele está buscando os meios legais. Na verdade, infelizmente, é um suicídio empresarial necessário o pedido de falência. Ele vai responder todas as ações, segundo o que ele me garantiu, não vai deixar de responder nenhum tipo de ação que vier contra ele, vai responder todos os procedimentos e vai enfrentar as consequências", disse o advogado.
 
A empresa possui ações na Justiça, de clientes pedindo rescisão de contrato ou indenização por dano material, em decorrência de problemas na venda dos carros de luxo. Um boletim de ocorrências foi registrado, inclusive, denunciando os empresários por um suposto golpe de revenda de carros. O advogado disse que eles vinham sofrendo ameaças.
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