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Polícia usará explosivos para implodir área de extração ilegal de ouro; 500 garimpeiros deixaram local

Da Redação - Wesley Santiago

O delegado de Polícia Federal Carlos Henrique Cotta d'Angelo informou que as autoridades irão utilizar explosivos para implodir as cavas [buracos] criadas no garimpo ilegal de Aripuanã (703 quilômetros de Cuiabá), alvo da segunda fase da ‘Operação Trypes’, deflagrada na última segunda-feira (07). No total, 500 garimpeiros deixaram o local para que os trabalhos fossem realizados. Uma morte foi registrada em confronto com o Batalhão de Operações Especiais (Bope).

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“Esta segunda etapa da operação visa dar cumprimento a ordem judicial que determinou que fosse cessada a atividade garimpeira. Os responsáveis foram identificados e indiciados na primeira fase. Ontem, forças entraram no garimpo, deram comando para que todos saíssem e levassem seus pertences, já que o processo de encerramento inclui o uso de explosivos”, disse o delegado.
 
No total, ainda conforme a Polícia Federal, 500 garimpeiros deixaram o local de forma ordeira e levaram seus pertences em motocicletas e veículos de passeio. “Alguns queriam levar maquinário pesado, utilizado em extração ilegal. Isso não foi possível, já que a ordem versa sobre a destruição dos materiais e a implosão das cavas que foram construídas”.


 
Agora, as equipes de perícia irão analisar o local para dimensionar o dano ambiental e o estrago causado pela exploração ilegal de minério.  Por fim, o delegado ainda pontuou que o existem manifestações de grupos, que ficaram irritados com a retirada, mas que tudo está ocorrendo de forma ordeira.

Em um dos vídeos divulgados pela Polícia Federal é possível ter a dimensão dos estragos causados na região. Para dimensionar a altura de um buraco, um dos agentes joga um objeto, que só chega ao solo vários segundos depois. 



Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram diversos garimpeiros se manifestando contra a ação das autoridades. Mais cedo, eles fizeram uma carreata pelas ruas do município. Depois, foram até a sede da empresa Nexa Votorantin, que opera na região e foi obrigada a colaborar com a Polícia Federal, onde duas caminhonetes foram arrastadas no meio da rua.



Um helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) faz sobrevoos pela cidade e dá apoio na ação. O prefeito da cidade, Jonas Canarinho (PR), disse ao Olhar Direto temer que algo mais grave aconteça. “Pedimos sensatez. Os lideres estão pregando tranquilidade, mas isso pode mudar muito rápido”.

O garimpo ilegal contava com uma população de 1,5 mil pessoas. Atraídos pela ‘febre do ouro’, todos montavam seus barracos na extensa e depredada área. Nesta terça-feira (08), após a morte de um garimpeiro em confronto com o Batalhão de Operações Especiais (Bope), a população fez um protesto pelas ruas da cidade.

O garimpo ilegal esta em funcionamento desde outubro de 2018. No local, há pessoas armadas e isso tem contribuído para homicídios. Além disso, há outros crimes cometidos na área, como: ambientais, contra o patrimônio e tráfico ilícito de drogas.

Morte
 
Um garimpeiro, ainda não identificado, morreu em confronto com o Bope, na segunda-feira (07). Os policiais orientaram que todos deixassem o local. Porém, em um dos barracos, o homem disparou tiros contra a equipe, que revidou e o atingiu com dois tiros na região do tórax. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
 
Fazem parte da ação, além das policiais Militar e Federal, Sistema Penitenciário, Polícia Judiciária Civil (PJC), Corpo de Bombeiros, Grupo de Operações Especiais (GOE) da PJC, Politec, Polícia Militar, Força Tática, Rotam e os fiscais do Ibama e da Sema.

Fase 1
 
No dia 26 de setembro, a Polícia Federal deflagrou a primeira fase da ‘Operação Trypes’, com o objetivo de investigar irregularidades na extração de ouro em garimpos de Mato Grosso.  Foram cumpridos mandados de prisão em Juína, Aripuanã, Alta Floresta e Paranaíta.
 
A ação tem ligação com o avião localizado em junho deste ano, na cidade de Aripuanã, com uma quantidade em ouro.
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