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Projeto da UFMT incentiva doação de cadáveres para estudos da Faculdade de Medicina

da Redação - Isabela Mercuri

Um projeto inédito da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso quer incentivar as pessoas a doarem cadáveres para estudos acadêmicos. Com o nome ‘Legado Eterno’, a iniciativa prevê a possibilidade de doação do próprio corpo – com assinatura de documento em vida – ou da doação do corpo ou ossos de terceiros.

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Atualmente, segundo o coordenador do projeto, professor da Faculdade de Medicina Flávio Silva Tampeline, há uma escassez de cadáveres para estudos nas Universidades. “O estudo e a pesquisa em cadáveres é de extrema importância para o desenvolvimento da medicina e outras áreas da saúde. As aulas de anatomia são ministradas com teoria e prática, e não é possível visualizar com perfeição todas as partes do corpo humano em modelos sintéticos que simulam o real. O projeto vai auxiliar professores, estudantes e técnicos a ter o material necessário para o desenvolvimento do ensino e aprendizagem da anatomia humana. Por mais que a tecnologia auxilie, este processo se faz mais precisamente no estudo do cadáver”, afirma.

A disposição do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte, com objetivo científico ou altruístico, é aprovada pelo artigo 14 da Lei 10.406 de janeiro de 2002. Segundo o docente, no entanto, falta a conscientização da população, e é este um dos objetivos do projeto de extensão: explicar sobre a doação e o que é feito com os cadáveres.

Outro ponto, de acordo com a assessoria, é aproximar a UFMT da comunidade externa, com visitas de escolas do ensino fundamental e médio ao laboratório de anatomia. “Nós já ministramos palestras sobre doenças e, com a disposição de peças anatômicas eles podem conhecer como funciona o processo de estudo do corpo humano. Então, a chegada de cadáveres para fins acadêmicos significa também abrir a possibilidade de levar a sociedade para dentro dos laboratórios e transmitir conhecimento sobre como as partes humanas são constituídas”, disse.

O projeto ainda estuda a criação do primeiro museu do corpo humano de Mato Grosso, que seria aberto para toda comunidade, com a exposição de modelos sintéticos, incluindo mesas anatômicas, softwares de realidade virtual e cadáveres, para melhor entendimento das características humanas.

Quem tiver interesse em doar seu corpo – ou de entes queridos – deve preencher os formulários disponíveis no site do projeto e reconhecer firma em cartório, com duas testemunhas.

A princípio, os corpos doados ficarão à disposição do Câmpus de Cuiabá. “Se nós conseguirmos uma boa adesão da sociedade mato-grossense para o projeto, poderemos disponibilizar para os Câmpus de Sinop, Barra do Garças e Rondonópolis”, disse o docente.

É possível acessar também informações sobre dúvidas frequentes relacionadas ao processo de doação na PÁGINA DO PROGRAMA. Para mais informações, entre em contato com o e-mail sejadoador@ufmt.br ou pelo telefone 3615-6229. 
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