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Em breve trégua, Emanuel e Mauro reafirmam que opiniões divergentes são naturais

Da Redação - Vinicius Mendes / Da Reportagem Local - Érika Oliveira

O governador Mauro Mendes (DEM) e o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) falaram durante a inauguração do novo Hospital Municipal de Cuiabá sobre o clima de tensão entre os dois nas últimas semanas. Emanuel citou que os dois já foram aliados e adversários no passado e que divergências de opiniões são naturais no processo político. Mauro reforçou a fala de Emanuel e disse que nenhuma visão diferente os impediria de comparecer em pautas comuns.
 
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O prefeito Emanuel Pinheiro anunciou ao lado de Mauro a inauguração da última etapa do HMC. Quando questionado sobre a troca de críticas entre ele e Mauro, o prefeito explicou que opiniões divergentes são naturais e que ficou feliz com a presença do governador no evento.
 
“É uma honra muito grande recebê-lo, não poderia deixar [de recebê-lo], até porque ele deu início a este processo, e além de tudo é o nosso governador, eu gostaria muito que ele viesse, fiz o convite, não poderia vir num primeiro momento, deu para adequar a agenda e está aqui. [...] São divergências de opiniões, naturais, não tem nenhum problema, já fomos aliados no passado, temos divergências de opiniões no presente, o que não afeta em nada a convivência e o respeito”.
 
Mauro reforçou a fala de Emanuel dizendo que opiniões divergentes não impedem que os dois compareçam a um mesmo evento. Ele relembrou que os dois foram aliados em 2008, adversários em 2010, aliados novamente em 2012, depois adversários em 2014, sendo esta a maneira como funciona a política.
 
“É muito natural que os políticos tenham divergências, é a coisa mais natural do mundo. Não existe nenhum problema em você trocar algumas opiniões divergentes ou pessoalmente ou através da mídia, mas isso não impede em nenhum momento nós estarmos aqui ou em qualquer outro lugar, em agendas e pautas comuns. Ele já disse aqui, o prefeito, ele já foi meu aliado, já tínhamos sido adversários em 2010, fomos aliados depois, isso não é um problema de Mato Grosso, é assim no Brasil e no mundo, é assim que funciona. Existe um processo eleitoral que ás vezes afasta ou une as pessoas, e o dia a dia também pode afastar ou unir as pessoas momentaneamente, isso á absolutamente natural”, disse o governador.
 
Emanuel encerrou a questão dizendo que “a nossa convivência é acima de tudo um gesto de elegância e de respeito a Cuiabá e Mato Grosso, então não vamos fazer disso um cavalo de batalha ou tempestade em copo d’água”.
 
Clima tenso
 
O governador Mauro Mendes, ao conformar presença na inauguração da última etapa do HMC, não deixou de tecer críticas ao prefeito Emanuel Pinheiro. Ele pontuou que o importante é o cidadão receber o benefício e relembrou que fez a entrega da Santa Casa em um único evento. Segundo ele, fazer isto em partes consome dinheiro público e energia dos servidores.
 
“O importante é colocar estradas em operação, escolas para funcionar. Entregamos várias creches aqui e eu fui em metade. Não gosto de ficar fazendo barulho. Para mim, não é uma coisa que me causa sensação boa quando vejo alguém fazendo inauguração da mesma obra. Como esta é a última e já fui em uma, eu vou prestigiar mais uma vez. Todo mundo sabe [que foi Mauro quem iniciou a obra], não precisamos ficar dizendo o que é de domínio popular. Estamos aqui para trabalhar, entregar resultado e não para ficar cacarejando o tempo todo”, disparou o governador.
 
Na última quinta-feira (14), o secretário-chefe da Casa Civil do Estado, Mauro Carvalho, também fez críticas ao prefeito da capital mato-grossense. Durante entrevista à Rádio Capital FM, o jornalista e ex-senador Antero Paes de Barros afirmou que Emanuel teria acusado o governador Mauro Mendes, que antecedeu a gestão de Pinheiro na Prefeitura de Cuiabá, de ter lhe deixado as obras do novo Pronto-Socorro “abandonadas”.
 
Carvalho reagiu e desafiou o prefeito a provar tais acusações, sugerindo inclusive que o emedebista renuncie ao seu cargo caso consiga confirmar as alegações. “Eu desafio o prefeito Emanuel Pinheiro a provar que essa obra estava abandonada. Nós temos as planilhas de todas as medições que foram feitas no ano de 2016, que foi o ano do ultimo mandato do Mauro Mendes como prefeito da Capital. Se ele conseguir provar que a obra estava abandonada eu renuncio o meu cargo na Casa Civil e eu gostaria que ele fizesse o mesmo na Prefeitura de Cuiabá, caso ele não consiga provar que realmente essa obra estava abandonada e parada”.

O secretário interino de Governo da Prefeitura de Cuiabá, Lincoln Sardinha, se manifestou através de nota sobre as duras declarações do secretário-chefe da Casa Civil do Estado, Mauro Carvalho.
 
“É compreensível que, com o período eleitoral se aproximando, aqueles que possuem pretensões políticas tendem realmente a falar mais e, não tendo resultados a apresentar, atacam na ânsia de buscar espaço”, diz trecho da nota.
 
Com relação ao “desafio”, Sardinha respondeu que a atual “gestão não tem qualquer interesse em entrar em desafios vazios, pois temos mais de 700 mil motivos para encarar desafios maiores e com fundamento”.
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