Policiais civis prenderam na manhã desta quinta-feira oito homens, entre eles sete policiais militares, suspeitos de integrar o grupo de milicianos Bonde do Jura, na Baixada Fluminense. O chefe do serviço de inteligência da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), Jorge Gerhard, afirmou que o grupo é acusado de cometer mais de cem homicídios na região.

"Pode até passar de cem homicídios. Mas, ainda estamos levantando provas. Esses criminosos já atuam na Baixada Fluminense há cerca de sete anos", afirmou o delegado à Folha Online.

Entre os PMs presos está o soldado Juraci Alves Prudêncio, conhecido como Jura. Segundo as investigações, ele comandava o grupo de paramilitares na Baixada Fluminense. O serviço de inteligência da Draco, que coordena a ação, informou que Prudêncio estava afastado da corporação por licença médica, mas é lotado no 21º Batalhão (São João de Meriti).

O delegado disse que a milícia cobrava taxas de segurança a moradores e comerciantes, explorava a venda de botijões de gás e de sinal clandestino de TV a cabo. O grupo também é acusado de controlar a produção ilegal de CDs e DVDs piratas comercializados na Baixada.

A Polícia Civil tenta cumprir 14 mandados de prisão, sendo nove para policiais militares, e 16 mandados de busca e apreensão na chamada Operação Descarrilamento. A ação teve início às 5h e está sendo deflagrada nos municípios de Nova Iguaçu, Queimados e São João de Meriti, segundo o chefe do serviço de inteligência da Draco.

Cerca de 70 agentes da Draco participam da operação, com apoio de policiais da 58ª DP (Posse) e da Corregedoria da PM. Os presos estão sendo levados para a sede da Draco, no centro do Rio.

A polícia não informou se os suspeitos presos já constituíram advogado de defesa.