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Afastamento de delegados seria pressão contra autonomia em investigações que podem atingir governo

Da Redação - Wesley Santiago

Um desentendimento entre a diretoria da Polícia Civil e a Delegacia Fazendária (Defaz), sobre a autonomia que a especializada teria em investigações, pode ter sido o motivo da remoção dos delegados Anderson Veiga, titular da unidade e Lindomar Tofoli, dois dos que tem mais tempo de ‘casa’.

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Fontes do Olhar Direto apontam que um pedido de informações sobre investigações em curso que poderiam atingir de alguma forma o Governo do Estado teria iniciado toda a celeuma. Os dois delegados teriam sido orientados a repassar uma espécie de lista de inquéritos que estão em andamento. O episódio teria ocorrido há três semanas.
 
Os delegados recusaram-se a entregar a lista, citando que a delegacia tem autonomia para fazer investigações. Vale lembrar que o principal papel da Delegacia Fazendária é apurar crimes contra a ordem tributária e questões envolvendo corrupção de autoridades (mau uso do dinheiro público).
 
A portaria com a remoção dos dois delegados da Defaz ainda não foi publicada. Porém, os policiais estão cientes da determinação, que teria sido dada pelo diretor da Polícia Civil, Mário Dermeval Aravechia de Resende.  
 
A reportagem tentou contato com os delegados Anderson Veiga e Lindomar Tofoli. O primeiro não atendeu às ligações, enquanto o segundo afirmou que prefere não se pronunciar sobre o assunto e que, no momento oportuno, dará as devidas declarações.

O episódio, então, não teria ligação direta com a denúncia feita pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que apresentou aos presidente e vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputados Eduardo Botelho (DEM) e Janaina Riva (MDB), respectivamente, uma denúncia de um suposto uso da Delegacia Fazendária (Defaz) para prejudicá-lo politicamente. A acusação está sob análise da Procuradoria da Casa de Leis e será discutida entre os parlamentares.

Conforme apurou a reportagem do Olhar Direto, o governador Mauro Mendes, segundo a acusação de Emanuel, estaria pressionando o delegado-geral da Polícia Civil, Mário Demerval, a abrir procedimentos de investigação contra o prefeito, tanto no bojo da administração da Prefeitura, como em questões relativas à vida pessoal do emedebista – o que incluiria, inclusive, uma operação que estaria prestes a ser deflagrada.

Na semana passada, a Defaz recebeu a denuncia de uma servidora da Secretaria de Saúde, que acusou o prefeito de oferecer cargos na Prefeitura, além de dinheiro, para que os vereadores cassassem o mandato de Abilio Brunini (PSC). A “negociata” teria ocorrido na casa do vereador Juca do Guaraná (Avante), em um condomínio da Capital.

O prefeito nega as acusações e afirmou, em nota, que iria acionar judicialmente as pessoas envolvidas na denúncia.

A Polícia Civil deve se pronunciar sobre o fato ainda nesta segunda-feira (02). O Governo do Estado também não se pronunciou ainda sobre o caso.
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