Imprimir

Notícias / Política MT

Bolsonaro deverá ser 'obstáculo' de Mauro Mendes em possível troca do VLT para BRT

Da Redação - Wesley Santiago

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) deverá ser um 'obstáculo' do governador Mauro Mendes (DEM) em uma suposta troca do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para o Bus Rapid Transit (BRT). Pelo menos isso é o que aponta a Coluna Radar, da Veja. Segundo a publicação, a ordem do chefe de Estado é para que continue o modal que já consumiu mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos, com grande parte do dinheiro advindo do governo federal.

Leia mais:
Emanuelzinho critica Mendes por má vontade sobre VLT: 'está sendo empurrado com a barriga'

A coluna cita que o VLT de Cuiabá é um dos projetos que recebe maior atenção do presidente. Pontua ainda que Mauro Mendes sempre tentou a mudança do VLT para o BRT junto ao governo federal. Porém, a União não deverá 'dar ouvidos' ao chefe do Executivo mato-grossense.

Esta é a terceira tentativa de Bolsonaro de resolver o problema das obras de mobilidade urbana paradas no país. Para isto, o presidente nomeou José Medaglia Filho como novo secretário de mobilidade nacional.

José Medaglia Filho é funcionário de carreira da Caixa e ligado ao ministro Onyx Lorenzoni. Ele vem com um status de 'resolvedor de problemas' e costuma dar continuidade ao que já está em andamento, segundo a coluna.

VLT

Atualmente um estudo sobre a viabilidade do VLT é feito por um Grupo de Trabalho composto por vários órgãos e comandado pela secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, vinculada ao Ministério de Desenvolvimento Regional. Somente após a conclusão do GT, o futuro do modal será definido. 

As obras do Veículo Leve sobre Trilhos foram iniciadas em 2012 e estão paralisadas desde 2014. Projetada para ter uma extensão de 22 quilômetros, com dois itinerários, o primeiro trecho ligaria o Aeroporto Marechal Rondon até a Avenida Rubens de Mendonça. O segundo trecho sairia da Avenida Tenente Coronel Duarte até a região do Coxipó.
 
Em 2009, quando Cuiabá foi escolhida para ser uma das sedes da Copa, a decisão do governo era para que o modal de transporte a ser utilizado era o BRT (Bus Rapid Transit), com o custo de R$ 400 milhões a época. Somente em 2012, quando o Governo Federal autorizou a troca do modal, que Mato Grosso optou pelo VLT, com recursos da Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
 
O posicionamento de Emanuelzinho está alinhado com o do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB). O chefe do Executivo municipal inclusive ajudou a montar um cenário de desavenças com o governador. Sobre o VLT, Pinheiro (o pai) encara o modal como uma “virada de página” no transporte coletivo que precisa ser defendida por Mauro Mendes.
 
A família Pinheiro também é uníssona ao apontar falta de diálogo entre o governador democrata, a bancada federal e as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande.  Ao Olhar Jurídico, Emanuelzinho comparou os atos de Mendes em relação ao VLT e o empenho quando o assunto é o Hospital Universitário Júlio Muller. Cenário comprovaria a falta de vontade em relação ao transporte.
 
“Quando falta dinheiro para fazer o Júlio Muller: batata quente na bancada. E a coisa não pode ser assim, a relação é bilateral. O que eu puder ajudar, como deputado federal, estou a favor do Estado e à disposição para trabalhar com ele”, explicou.

Mesmo ‘empacado’, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) continua a ter um gasto considerável aos cofres públicos. No total, da gestão de Pedro Taques (PSDB) até a atual de Mauro Mendes (DEM), já foram desembolsados mais de R$ 600 milhões para o pagamento de empréstimos aos bancos federais.

O vice-presidente do Instituto de Engenharia de Mato Grosso, Jorge Rachid Jorge, lembrou que o VLT já consumiu mais de R$ 1,6 bilhão. Ele citou como exemplo que, no governo de Pedro Taques, foram pagos somente de empréstimos aos bancos federais mais de 500 milhões de reais e, que em dez meses no atual governo já foram desembolsados de R$ 120 milhões.
Imprimir