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Prefeito diz que Mauro toma decisões sem conhecer tradições cuiabanas e que Governo nunca o atendeu

Da Redação - Carlos Gustavo Dorileo

Retornando da semana de férias, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) votou a criticar a decisão do Governo do Estado em transformar a tradicional Escola Estadual Nilo Póvoas em um centro de inclusão e disse que o governador Mauro Mendes (DEM) está desrespeitando o cidadão cuiabano ao modificar a finalidade da instituição, que é uma das mais tradicionais do município e que foi batizada com o nome de um professor que representa a cuiabania.

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Em entrevista durante ato de convocação dos aprovados no concurso da Secretaria de Assistência Social, nesta quinta-feira (30), o prefeito declarou que o governador, que é nascido no Estado de Goiás, está tomando decisões sem ter conhecimento das tradições cuiabanas e garantiu que irá sempre defender as estruturas emocionais do povo da capital.

“A escola é um patrimônio do povo cuiabano e vocês acham que um prefeito da capital, que é cuiabano de chapa e cruz, que sabe o valor sentimental, cultural, histórico e educacional de uma instituição como Nilo Póvoas, iria ficar quieto com o fechamento da unidade, que está completando 50 anos? Sem contar que é batizada com o nome de um dos maiores cuiabanos, que é um ícone da cuiabania, inclusive foi enterrado no dia do aniversário de Cuiabá. Eu não poderia ficar omisso”, explicou o prefeito.

“Sou cuiabano, me orgulho disso e se mexerem com as estruturas emocionais do nosso povo, mexeu comigo. Vai mexer com o Liceu Cuiabano com Presidente Médice ou com o Nilo Póvoas. Tem que conhecer a história de Cuiabá para tomar decisões. Tem que conhecer o sentimento e a alma da cuiabania que consolidou esta cidade nestes 300 anos para poder tomar decisões. Não é assim. Gerir, é conhecer a história da comunidade também”, afirmou.

O prefeito ainda disse que não pretende insistir na briga, por entender que o problema que o governador tem com ele é pessoal, visto que tudo que ele tem pedido para o Estado, neste primeiro ano de gestão do governador Mauro Mendes, não foi atendido.

"O Governo não cede nada. Eles estão lá no Moitará com a Secretaria de Estado de Cultura. Eu não consigo que eles devolvam para o município. Ai propus que eles ficam com o Moitará e me deem o Nilo Póvoas, mas não aceitaram. Pedi a Ilha da Banana, que está uma coisa horrorosa no centro. Aquilo parece uma cidade pós-guerra, mas eles não me concedem para poder arrumar o local. Peço para pagarem os R$ 44 milhões atrasados da saúde, mas não dão a mínima. Tudo que a prefeitura solicita para o Estado, não recebemos. O Nilo Póvoas é um exemplo. Só queria ampliar as vagas da educação pública municipal e entenderam que eu estou chamando para briga”, finalizou.

No início do ano, a Secretaria de Educação do Estado anunciou que iria desativar a Escola Nilo Póvoas e a transformar em um centro de inclusão para alunos do Ensino Médio com deficiência ou vítimas de bulliyng, por causa dos gastos elevados que o Estado estava tendo com a instituição que tem capacidade para mais de mil alunos e atualmente contava com menos de 100 matriculados.

Para evitar a mudança de finalidade da escola, que este ano completa 50 anos, o prefeito sugeriu ao governador que cedesse o prédio para o município para criar 750 vagas na educação infantil.

A atitude desencadeou em um grande bate-boca por meio da imprensa e por artigos escritos entre o prefeito, governador e alguns de seus secretários.
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