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Deputado reforça necessidade de isolamento e faz projeção de leitos para tratar Covid-19

Da Redação - Carlos Gustavo Dorileo

O deputado estadual e médico sanitarista Lúdio Cabral (PT) calculou diferentes cenários da epidemia da Covid-19 em Mato Grosso para projetar o número de leitos que serão necessários para tratar os pacientes. O parlamentar alerta que o isolamento social é a medida mais eficaz para conter o avanço do coronavírus ainda no início da epidemia. Quanto mais rápida for a propagação do vírus, maior será a necessidade de vagas nos hospitais.

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“Depois do pronunciamento no mínimo desastroso do presidente, é muito importante reforçar as recomendações das autoridades sanitárias: diminuir a circulação de pessoas para reduzir a velocidade de disseminação do vírus. Quanto mais espaçada for a duração da epidemia, quanto mais achatada for a curva da epidemia, menor será a sobrecarga no sistema de saúde. O melhor mecanismo que temos para isso hoje é o isolamento social”, explicou.

Cabral, que atua há mais de 20 anos na saúde coletiva e no tratamento de doenças nas populações, fez as projeções com base na população de Mato Grosso e no avanço do coronavírus em outros países. Ele considerou que cerca de 15% dos infectados precisariam de internação em leitos gerais e 5% em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), com um tempo médio de permanência de 7 dias nos leitos gerais e 12 dias na UTI.

Pelos cálculos, se 1% da população mato-grossense for infectada pelo coronavírus, ou seja, 34.845 pessoas, 5.227 devem ser internadas e 1.742 devem precisar de leitos de UTI. Se isso acontecer num período de três meses, Mato Grosso precisará de 407 leitos gerais e 232 leitos de UTI. Se a epidemia avançar mais lentamente, ao longo de seis meses, por exemplo, a quantidade de leitos necessários será reduzida pela metade, com necessidade de 203 leitos gerais e 116 leitos de UTI.

Num cenário extremo, em que 5% da população do estado, ou seja, 174.223 pessoas sejam infectadas, 26.133 precisarão ser internadas, sendo 8.711 na UTI. Se essa disseminação acontecer num intervalo de três meses, serão necessários 2.033 leitos gerais e 1.161 leitos de UTI. Se o intervalo for de seis meses, a necessidade será de 1.016 leitos gerais e 581 leitos de UTI.

Nesta quarta-feira (25), Lúdio enviou ofício ao governador pedindo informações sobre as projeções do governo para a quantia necessária de leitos hospitalares gerais, de leitos de UTI e de respiradores mecânicos. O deputado questionou ainda quantos leitos já estão disponíveis no estado e quantos serão abertos para o tratamento da Covid-19, bem como a distribuição desses leitos pelas unidades de saúde dos 141 municípios e qual o cronograma de entrega dos novos leitos.

Lúdio Cabral alertou ainda para a falta de proteção aos profissionais da saúde, que lidam diretamente com pessoas infectadas pelo coronavírus. “O vírus já está circulando entre nós. Os equipamentos de proteção individual (EPI) ainda não chegaram e os trabalhadores da saúde estão expostos ao risco de serem infectados”, observou. (com assessoria)
 
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