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Senador descarta impeachment, mas alerta Bolsonaro: não pode desautorizar o próprio ministro

Da Redação - Érika Oliveira

Em Brasília cumprindo agenda parlamentar virtualmente, o senador Wellington Fagundes (PL) informou nesta quinta-feira (26) que o Congresso já está analisando as medidas de enfrentamento ao coronavírus, o que inclui a possibilidade de auxílio financeiro à população mais carente e a manutenção das ordens de quarentena para conter a pandemia. Paralelo à isto, os congressistas tentam aliviar a crise política provocada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e amenizar os ânimos da oposição ao Governo, que defende o impeachment. 

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“Ainda é momento de ficar em casa, do isolamento. É claro que não podemos deixar de ter abastecimento, os prefeitos não podem tomar medidas drásticas que prejudiquem isso e é nessa linha que precisamos evoluir. Mas a disputa política não pode estar presente nesse momento, nós temos que salvar vidas, cuidar das pessoas. Por isso é que temos que ter equilíbrio dos gestores públicos, da classe política e de todos os Poderes. Um presidente da República não pode jogar nas costas dos outros a responsabilidade, a culpa lá na frente não será de prefeitos ou de governadores, será de todos nós. Temos que cuidar da economia sim, mas com planejamento. Aqui no Congresso não estamos trabalhando com a hipótese de impeachment do presidente, porque nesse momento seria muito pior, mas o presidente não pode desautorizar o seu ministro da Saúde”, alertou Fagundes. 

A fala do senador foi uma resposta a jornalistas, durante videoconferência, que questionaram Wellington sobre as declarações do presidente esta semana. Em pronunciamento em rede nacional de televisão, Bolsonaro encorajou a população a retomar suas atividades rotineiras e criticou governadores e prefeitos que promoveram quarentena em suas regiões. 

Bolsonaro culpou os meios de comunicação por espalharem, segundo ele, uma sensação de "pavor". E disse que, se contrair o vírus, não pegará mais do que uma "gripezinha". Além disso, justificou que o número de mortes na Itália tem relação com o clima do país. “Grande parte dos meios de comunicação foram na contramão. Espalharam exatamente a sensação de pavor, tendo como carro-chefe o anúncio do grande número de vítimas na Itália, um país com grande número de idosos e com o clima totalmente diferente do nosso”. 

“Tudo que aconteceu no mundo o Brasil tem a oportunidade de ver, aprender e pôr em prática aquilo que deu certo em outros países. O que o Brasil fez inicialmente através do Ministério da Saúde foi obedecer às recomendações da OMS. Foi um choque inicial. E agora começou a preocupação com a economia, porque realmente não pode parar completamente. Há a recomendação ainda do home office, do isolamento, é uma necessidade e nós vamos ter que nos adaptar. Mas as coisas não podem ser feitas de forma atordoadas, o presidente da República precisa ter unicidade em seu Governo. O Mandetta vinha fazendo um trabalho excelente, não pode o presidente praticamente contradizer as orientações dele e que haviam sido recomendadas pela OMS. É uma visão não só econômica, é política em primeiro lugar. O Governo Federal atrasou as medidas e foi por isso que os estados se adiantaram, foi o que gerou esse conflito. Essa briga política pode gerar o País a um caos ainda maior”, reforçou o senador. 
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