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Prefeito diz que promotor proibiu reabertura do comércio: vão pedir comida na casa dele

Da Redação - Max Aguiar

O prefeito de Sapezal (distante 559km de Cuiabá) Valcir Casagrande (PSL) voltou a ter áudios vazados, ao tentar informar aliados sobre a atuação do Executivo no enfrentamento ao coronavírus. Na mensagem, que foi enviada a um grupo de WhatsApp, o prefeito disse, desta vez, que o promotor de Justiça da cidade entrou com uma liminar proibindo a reabertura do comércio. Dias antes, ele havia revelado "pressão" de comerciantes para que os etabelecimentos fossem liberados.

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"A verdade é que se o povo reclamar de comida, vão ter que pedir comida na casa dele [promotor]. Por mim, o comércio abre e continua tudo normal. Trabalhando, mas com cuidados de higiene. Aqui hoje na cidade já estamos tomando medidas de prevenção ao coronavírus, não tem porque fechar o comércio", disse Casagrande, no novo áudio vazado. A autenticidade das gravações foi confirmada pelo próprio prefeito.

Até o momento, Sapezal contabiliza três casos suspeitos de Covid-19 e não teve nenhuma internação grave por algum morador sofrendo por falta de ar, febre ou indisposição. Segundo o prefeito, a atitude do promotor o deixa muito insatisfeito e pode gerar uma queda na economia local. 

"Quero ver onde é que ele vai se enfiar na segunda-feira. Os comerciantes vão todos atrás dele", continuou o prefeito, nas mensagens de voz. "Eu fiz e farei o possível para fazer o comércio andar. Estamos cumprindo as decisões do decreto do governador Mauro Mendes, mas não dá para deixar o comércio fechado. Vou recorrer dessa liminar na segunda-feira", completou. 

A reportagem procurou o prefeito para comentar as mensagens. Ele negou que tenha sofrido algum tipo de ameaça dos comerciantes e garantiu que os empresários vêm seguindo as regras de higienização e para evitar aglomerações, conforme preconizam as autoridades de saúde.

"Não tem ninguém com culhão para me ameaçar aqui. Eu apenas estou cumprindo meu papel de combate ao coronavírus e tentando salvar a economia de Sapezal. Basta agir com cuidado. No mercado, por exemplo, só pode ter uma pessoa por caixa. Ou seja, mercados com cinco caixas, podem ter cinco pessoas dentro. E só vai entrar alguém de novo quando outra pessoa sair do estabelecimento. E ainda fica claro que é necessário ter um funcionário na porta ajudando a controlar o fluxo e higienizando as mãos dos clientes. Eu tenho mercado, eu sigo as regras e eu ajudo nas regras da cidade. Comida só por entrega e ainda temos toque de recolher que começa as 21h. Aqui temos regras para combater a pandemia, seguir o decreto e ainda trabalhar", defendeu o administrador.
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