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Família diz que comprou fazenda há 30 anos e vai acionar deputado na Justiça

Da Redação – Fabiana Mendes

O espólio de Marcello Bassan, médico, agropecuarista, falecido em São José do Rio Preto, rebateu as afirmações feitas pelo deputado Valdir Barranco, na segunda-feira (6). O parlamentar acusou policiais militares de, a mando de grileiros, agirem com truculência com moradores de um assentamento no município de Novo Mundo, região norte de Mato Grosso. A família afirma que vai tomar as medidas judiciais cíveis e criminais contra o parlamentar.

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Por meio de nota enviada ao Olhar Direto, a Família Bassan, que trabalha no cultivo da terra, informou que adquiriu a fazenda Araúna há mais de 30 anos. “Através das competentes autorizações ambientais, implementou pastagens, construiu casas e demais benfeitorias para exploração pecuária, empregando diversas famílias, gerando renda e trabalho honesto”, esclareceu.

Ainda conforme a nota, a Fazenda Araúna, está localizada na Amazônia Legal, em área de preservação ambiental (zona de amortecimento do Parque Cristalino, que foi criado após as pastagens), local onde a Secretaria de Meio Ambiente teria emito parecer técnico que proíbe a criação de assentamento.

“Após o falecimento do Dr. Marcello Bassan, a fazenda começou a ser atacada por um grupo de pessoas ligadas à Pastoral da Terra, que é ligada ao PT, partido do deputado Barranco. Foram várias invasões, com roubo de gado, roubo de madeira, ameaças à família Bassan e aos trabalhadores, inclusive com sequestro e cárcere privado do gerente da fazenda, fatos estes que motivaram a interposição de ação possessória em face dos invasores”, afirma a nota.

A ação teria resultado na identificação de um invasor “por procuração de terceiros”, fato que teria surpreendido a juíza à época, responsável pela ação. Os demais invasores identificados teriam sido excluídos do programa de Reforma Agrária, conforme definido na lei.

“A Polícia Militar está ao lado do cidadão de bem, e têm como obrigação institucional combater a criminalidade, por isso, sempre que demandada, se faz presente na fazenda para coibir o roubo de gado, o roubo de madeira e as ameaças, inclusive já tendo apreendido diversas armas em posse dos invasores”, acrescenta o posicionamento.
  
A área seria protegida por liminares de reintegração de posse deferidas pela Vara de Feitos Agrários. Três reintegrações de posse já teriam sido cumpridas, mas por conta da pandemia de coronavírus, o local teria sido ocupado novamente no dia 27 de março.

“Já foi requerida ao Juiz Federal da Vara de Sinop a renovação da liminar de reintegração de posse, sendo que o processo foi remetido ao Juiz da Vara de Feitos Agrários, cujo despacho ainda não fora proferido em função da pandemia do coronavírus”, justificou.
 
“Os invasores, já cortaram a água das casas da fazenda, onde os funcionários estão ilhados, cortaram também a água que atende o gado em alguns piquetes e não permitem a entrada dos proprietários ou de outros funcionários, estão armados e já começaram a matar o gado, é um absurdo, será que é por estes motivos que  o deputado não quer permitir que a policia vá até a área?”, questiona.

“Assim, é falsa a afirmação do deputado Barranco, que a fazenda Araúna teria sido “grilada” bem como são falsas as afirmações de que o Falecido Dr. Marcello Bassan, teria “acionado os militares para agirem contra os sem-terra”, e que estes “foram ao local para “constranger, aterrorizar os trabalhadores rurais sem-terra””, afirma.
 
A nota diz que quem estaria sendo aterrorizada, roubada e ameaçada é a Família Bassan. Inclusive, ontem os “trabalhadores rurais sem-terra”, teriam roubado e matado um boi da Família Bassan.

“São igualmente falsas as afirmações de que o Espólio do Dr. Marcello Bassan só “desmata e põe fogo”, a fazenda sempre foi protegida e nunca sofreu nenhuma autuação ambiental, até as invasões, que são incentivadas e patrocinadas por pessoas que só buscam o ganho fácil, tentando se aproveitar do trabalho alheio em desrespeito às leis”, afirma.
 
“Ademais, mesmo quea área seja declarada como terras da União, isso não a transforma em terras do deputado, ou dos seus amigos/eleitores, neste caso, o INCRA definirá a destinação da área, se ela será destinada para regularização fundiária ou para criação de Parque Ambiental. Nós respeitamos as leis e acreditamos que o Estado não pode se furtar a manter a paz e a ordem, acreditamos que a solução dos conflitos se dá através da justiça e repudiamos os atos violentos patrocinados por pessoas que não se preocupam com o bem comum”, finalizou.
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