O atual primeiro secretário da Assembleia Legislativa, deputado Max Russi (PSB), afirmou que "não tem paixão" pelo cargo e disse que seu futuro posto dentro da Mesa Diretora da Casa de Leis será decidido com diálogo e muito respeito. Ele admite um recuo na briga pela função de ordenador de despesas e fez questão de desmentir possíveis interferências externas na montagem da chapa que deve ter Eduardo Botelho (DEM) como candidato à reeleição. 

Leia mais:
Chamado de precipitado por governador, Emanuel ironiza: "Mauro Mendes é professor de Deus"

Segundo Russi, não tem essa de ele querer ser só secretário. Se houver um entendimento que o melhor para todos é que ele seja vice-presidente, ele poderá ocupar o cargo sim. 

"Tudo será decidido com conversa, com diálogo e principalmente respeitando aos nobres deputados. Hoje temos um trio, sendo Botelho consolidado novamente presidente e Janaína [Riva] e eu na briga pela Secretaria. Se me perguntarem, eu respondo que quero continuar o trabalho. Já demonstramos que houve muitas economias, devolução ao governo do Estado e outras conquistas, mas se o melhor for eu ser vice, não tem problema", comentou. 

Russi também negou que tenha usado qualquer tipo de interferência de fora da Assembleia para tentar garantir sua continuação no cargo. Existiu inclusive uma conversa de bastidor de que ele estaria tentando trazer amigos desembargadores para o chancelar na disputa interna por espaço na Mesa e assim continuar no cargo de ordenador de despesas.

Outra articulação de bastidores que vinha sendo ventilada era de que Russi poderia ser o vice-presidente, levando-se em conta que em menos de um ano o deputado Eduardo Botelho poderia ir para o Tribunal de Contas, o que conduziria o hoje primeiro secretário à cadeira de presidente.  

Na porta do Palácio Paiaguás, na manhã desta terça-feira (2), Max Russi negou todos os assuntos. "Não existe interferência de ninguém e nem vaga garantida no TCE nós temos. Não se pode fazer isso. A Casa [Assembleia Legislativa] é independente. Por enquanto, o entendimento é eu continuando na secretaria e Janaina na vice do Botelho. Mas, até terça-feira da próxima semana, quando a chapa for protocolada, teremos a informação verdadeira", comentou Max. 

O deputado esteve na Casa Civil e na vice-governadoria durante a manhã, segundo ele resolvendo assuntos pessoais que vão de encontro ao cargo legislativo. 

O governador Mauro Mendes (DEM), questionado sobre a eleição da Mesa, falou pouco e disse que respeita a indepedência do Poder. "Não tem interferência e nunca interferi em nada. É importante termos deputados de nossa base para apoiar nossos projetos, mas nunca movi um dedo para poder dar palpite em eleição de Mesa Diretora", completou o governador.