Imprimir

Notícias / Política MT

Após denúncias, Lúdio propõe que CRM analise qualidade de respiradores em MT

Da Redação - Isabela Mercuri

Após receber denúncias de profissionais de saúde de que os 120 respiradores que o Estado adquiriu da China só seriam eficazes para transporte de pacientes e não para sustentar dias em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o deputado Lúdio Cabral (PT) propôs que o Conselho Regional de Medicina (CRM) analise a qualidade dos respiradores disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso.

Leia também:
Secretário confirma colapso em três cidades de MT e risco de esgotamento de leitos em Cuiabá
 
A proposta foi dada durante uma reunião da Comissão de Saúde nessa segunda-feira (8). Lúdio, que é também médico sanitarista, alertou para o risco de usar respiradores inadequados nos pacientes de Covid-19 e cobrou dos secretários de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, e de Cuiabá, Luiz Antônio Possas de Carvalho, estruturação da rede de saúde para combater a pandemia.
 
“Será um crime se forem utilizados respiradores que não têm especificação técnica para atender casos graves. O secretário estadual de Saúde admitiu que a taxa de mortalidade dos casos de covid é de 57,8% nas UTIs do SUS em Mato Grosso. E se os respiradores não forem adequados, essa taxa vai continuar alta e pode ficar ainda maior”, afirmou.
 
O deputado ainda cobrou dos secretários informações sobre a quantidade de respiradores e de leitos de UTI realmente disponíveis para tratar pacientes graves da covid, e observou que o governo estadual acusou o município de inflar o número de leitos, porém, diversos leitos anunciados pelo estado também não haviam sido habilitados.
 
Lúdio afirmou que recebeu informações de que o estado habilitou 30 novos leitos de UTI no Hospital Metropolitano antes de eles estarem instalados, além de 10 leitos de UTI adulto no Hospital Regional de Sinop, quatro leitos no Hospital de Sorriso e outros 10 leitos no Hospital Regional de Rondonópolis que ainda não estão instalados.
 
“Infelizmente, o que os números demonstram é que o estado, por algumas semanas, superdimensionou o número de leitos de UTI para tratar covid-19. Passou vários dias dizendo que tínhamos 302 leitos, sem termos esses leitos, porque contava leitos habilitados e não instalados. O governo também omitiu leitos ocupados, porque, até alguns dias atrás, os casos suspeitos de covid que estavam nas UTIs não entravam nas estatísticas”, observou.
Imprimir