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Após fim de contrato com empresa, exames do coronavírus começam a acumular em Mato Grosso

Da Redação - Wesley Santiago

A não renovação do contrato pelo Ministério da Saúde com a empresa responsável por fornecer materiais de testes de Covid-19 nos laboratórios centrais de todo país já começou a refletir em Mato Grosso. Em apenas 24 horas, o Estado teve um acúmulo de 180 novos exames de pacientes que aguardam saber se contraíram a doença.

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No boletim divulgado na última segunda-feira (08), o Estado tinha 605 amostras em análises no Laboratório Central do Estado (Lacen-MT), sendo que 9.487 já haviam sido avaliadas no local. Já na terça-feira (09), data da última atualização, eram 785 testes aguardando resultado, sendo que 9.724 tinham sido avaliados.
 
Sendo assim, é possível afirmar que foram feitas 237 análises apenas em um período de 24 horas. O fato é bastante preocupante, já que interfere nos dados que o Estado e município levam em conta para adotar medidas para conter o avanço da pandemia. O fator também se junta ao fato de que há muitas subnotificações, o que atrapalha o real dimensionamento da doença.
 
Em Mato Grosso a capacidade de realizar exames foi reduzida. Antes era possível realizar 1.500 testes por dia e a capacidade diária agora deve cair para 400.
 
Isso diminui a capacidade de responder em menos tempo aos testes e deixa mais defasado o mapeamento da Covid-19 no estado. Segundo o secretário de Estado de Saúde (SES), Gilberto Figueiredo, essa falta de contrato vai prejudicar os trabalhos não só em Mato Grosso, mas sim em todos os estados do país.
 
"O Ministério da Saúde não renovou o contrato com a empresa que faz teste. Esse contrato quem faz é o Ministério da Saúde e ele não renovou. A capacidade, que era para 1.500 testes por dia, caiu para 400 testes e isso cai também os números por dia. Estamos fazendo nosso trabalho, mas a todo momento tem um fato novo que é um complicador", comentou.
 
O secretário criticou a gestão do Ministério, que em momento de números altos, o Governo Federal não renova contrato com a empresa que ajuda a desvendar as reais estatísticas.
 
"Estamos recebendo mais amostra e agora teremos menos estrutura para dar o resultado. O que saia em até 48, agora pode demorar até 72h. No começo da pandemia a gente dava 40 resultados por dia. Chegamos a 1.500. Agora vamos baixar para 400 casos. Menos casos serão entregues por dia. Não é um problema que só Mato Grosso vai passar. É do país inteiro. Infelizmente, temos que trabalhar diariamente com esses casos que nos pegam de surpresa", concluiu Gilberto.
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