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Professora da Unemat integra grupo que trabalha para produção de vacina oral contra a Covid-19

Da Redação - Isabela Mercuri

A pós-doutora em microbiologia, professora vinculada ao câmpus da Unemat de Alta Floresta Julliane Dutra Medeiros, integra uma rede de pesquisa que visa, dentre outros objetivos, produzir uma vacina oral, segura e viável para prevenção da Covid-19. A vacina utilizaria bactérias benéficas aos seres humanos. A rede é coordenada por um professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

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De acordo com a assessoria da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), o grupo estuda aspectos clínicos e microbiológicos do novo coronavírus, e dentre os outros objetivos estão estudar o conjunto de microrganismos do trato respiratório de pessoas infectadas, além de identificar os diferentes tipos virais circulantes na região de Juiz de Fora (MG).

Julliane, que também é doutora em genética, atua no projeto analisando dados com a utilização de ferramentas computacionais (área conhecida como bioinformática). Ela ajudará na análise do material genético do novo coronavírus na busca por candidatos para a vacina, além da análise do DNA das bactérias presentes no trato respiratório. 

 “Esse projeto é muito importante para a ciência brasileira porque é uma iniciativa 100% nacional, com atuação de pesquisadores de diversas instituições públicas de vários estados. A estratégia metodológica que a gente pretende utilizar é diferente das atuais vacinas que estão em fases mais avançadas mas, mesmo assim, ela tem um potencial bem importante”, afirma.

Segundo o coordenador do projeto e professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Juiz de Fora, Cláudio Galuppo Diniz, inicialmente, bactérias benéficas aos seres humanos serão modificadas em laboratório por meio de métodos de engenharia genética. Depois, pela via oral, a vacina deverá apresentar ao corpo humano as estruturas do novo coronavírus. O sucesso será observado quando, após essa introdução, o corpo desenvolver imunidade à Covid-19. 

“Mesmo vacinas em pesquisas mais adiantadas usando essas outras estratégias não alcançaram sucesso até o momento, e não temos garantia que funcionarão. Logo, precisamos de muita gente nessa corrida científica e tecnológica, testando diferentes estratégias vacinais porque, em algum momento, um grupo de pesquisadores vai acertar e toda a sociedade ganha”, afirmou Diniz em entrevista recente publicada no site da UFJF.

O grupo também busca comparar a estrutura da microbiota do trato respiratório superior de pacientes diagnosticados com a Covid-19, não apenas para a compreensão sobre a evolução da doença, mas também para a criação de estratégias terapêuticas que resultem em melhores prognósticos em casos graves da doença, e pesquisa novas variáveis de coronavírus circulantes em escala local, em busca da compreensão de aspectos epidemiológicos e biológicos virais na região da Zona da Mata de Minas Gerais.

O projeto é coordenado pelo Prof. Dr. Cláudio Galuppo Diniz (UFJF), e conta com os pesquisadores Vânia Silva, Alessandra Machado, Aripuanã Watanabe e Vanessa Dias, do Centro de Estudos em Microbiologia (Cemic/UFJF), além de pesquisadores vinculados à Universidade do Estado de Mato Grosso (Julliane Dutra Medeiros), Embrapa Gado de Leite (Marta Martins) e Universidade de São Paulo (Charlys da Costa). A pesquisa tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.
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