Imprimir

Notícias / Ciência & Saúde

“Parecido com o regime de guerra”, diz médico sobre o luto dos que perdem entes para a Covid-19

Da Redação - Isabela Mercuri

Sem velórios, despedidas, e com enterros rápidos para evitar as aglomerações, quem perde um ente querido para a Covid-19 tem que aprender a lidar com o luto de uma forma diferente. Isto pode trazer incredulidade e ainda mais sofrimento. Para o médico da família, com pós-graduação em psiquiatria, Werley Peres, a situação se assemelha a um “regime de guerra”, e exige cuidados.

Leia também:
É necessário identificar ‘sinais de alerta’ da mente em meio à pandemia, alerta psiquiatra
 
“As mães que perdem os filhos da guerra e não fazem o enterro, o ritual, ficam esperando o filho, acham que em algum momento ele vai voltar. E isso está acontecendo nos dias atuais”, conta. Segundo ele, muitos de seus pacientes relatam a dor de não poder se despedir, dar o último abraço. “Viver o momento de dor é algo que todo mundo deveria passar, mas a própria pandemia obriga a não ter”.
 
Para falar sobre este e outros impactos psicológicos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o médico conversa na noite desta quinta-feira (23) com psicóloga Veruska Cordeiro e o psicólogo Alaelçon Gomes, às 20 horas (horário de Cuiabá) em uma “live” no Facebook.
 
“Eu sempre faço essas lives com profissionais ligados a área de saúde, também a educação, pra diversificar e as pessoas interagirem com esses personagens”, lembra. Werley já conversou, por exemplo, com um pneumologista, e também com pessoas que venceram a doença.
 
Nesta quinta-feira (23), eles também vão discutir os impactos naqueles que perderam seu emprego por conta da crise econômica, e mesmo dos que estão em isolamento social em casa e as altas em número de casos de depressão e ansiedade.
 
“É um ambiente aberto, onde as pessoas podem perguntar, discutir alguns casos, tirar dúvidas. A live aproxima e dá ouvido ao cidadão que não teria condições de falar e expressar a dor”, completa.
 
Sobre as formas de diminuir estes impactos, o médico adianta: “é necessário tentar contato por meio de ferramentas tecnológicas, as redes sociais, Whatsapp, vídeo, reuniões... tem pessoas que fizeram até aniversário por vídeo, e isso ajuda”. As mudanças de hábito, como alimentação saudável, prática de exercício físicos e menor ingestão de álcool e café, por exemplo, também são bons aliados.
 
Serviço
 
Live – Estragos Psicológicos Causados pela Pandemia
Data: Quinta-feira, 23 de julho de 2020
Horário: 20h
Local: Facebook
Imprimir