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Dependentes de droga desafiam autoridades na Cracolândia

G1

Em várias oportunidades, a reportagem do Jornal Nacional chamou a atenção para um problema que ameaça a vida de muitos brasileiros: a disseminação do crack, uma droga com efeitos mais devastadores e maior capacidade de viciar do que a cocaína.

No Centro de São Paulo, a concentração de dependentes da droga desafia as autoridades e os agentes de saúde. E a região conhecida como ‘Cracolândia’ ainda está longe de perder este nome.

A Cracolândia é uma região que São Paulo luta para recuperar. A antiga estação ferroviária abriga uma moderna sala de concertos, mas bem ao lado surge o que parece não ter remédio ou não ter conserto, pois é um mundo dominado por um vício assustador.

O diálogo com uma usuária de drogas evidencia este drama na região:
JN - Há quanto tempo você usa crack?
R - Há 18 anos.
JN – Por que o crack?
R – Por que eu não tive família, certo? (...) Fui espancada pela minha mãe.

Nos últimos dois meses, um programa do estado e da prefeitura aumentou a presença da polícia e de agentes de saúde nesta área da cidade. Faz diferença, dizem os moradores, mas não muita. “Melhorou cinquenta por cento, mas tem que melhorar mais”, afirmou o motorista aposentado Luiz Carlos Mastroiani.

Em alguns poucos quarteirões, algumas centenas de usuários disputam um jogo de gato e rato com a polícia. Enquanto os policiais abordam alguns usuários, a poucos metros, no meio da praça, outras pessoas seguem usando crack.

Foi o que pode ser constatado pela reportagem do Jornal Nacional. Um rapaz acendeu um cachimbo e ao perceber a câmera mudou de lugar. E logo ele voltou ao lugar de origem, virou as costas e usou a droga tranquilamente. E não foi o único.

Durante o resgate de um menino que estava desacordado na calçada, o carro da polícia deixa o local por alguns minutos. Imediatamente, o grupo de usuários de droga parece surgir do nada. O menino, por sua vez, já é conhecido da equipe de socorro, que não esconde um certo desalento. “Ele é medicado, o médico libera e volta para as ruas, infelizmente”, diz um socorrista do Samu.

As ambulâncias só fazem um atendimento por vez. São vários em pouco mais de uma hora. A meia quadra de distância, há mais dois usuários caídos. “A gente vai dar atendimento para eles também. Eles estão lá há um tempo já”, diz o socorrista.
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