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Dados mostram queda na curva de contágio da Covid-19 em MT e 23% da população infectada

Da Redação - Wesley Santiago

Dados apresentados na Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e discutidos nesta segunda-feira (24) mostram a queda na curva de contágio do novo coronavírus e os cenários que poderão surgir a partir disso. Conforme o deputado estadual e médico sanitarista, Lúdio Cabral (PT), 23% da população já foi infectada.

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Segundo Ludio, nas três últimas semanas epidemiológicas houve uma redução de 15% no número de casos novos com base na média móvel de 7 dias, e de quase 10% na média móvel de 14 dias.

O número de óbitos na média móvel de 7 dias caiu 22% no intervalo de duas semanas, já na média móvel de 14 dias a queda foi de 20,6%. Também foi registrada queda de 33% da taxa de contágio de 7 dias e de 23,7% na taxa de contágio de 14 dias, que se mantém abaixo de 1 há 4 dias.

"Esses indicadores demonstram com mais consistência que nós realmente já estamos na descida da curva epidêmica há 2 semanas. O indicador óbito foi o primeiro a sofrer alterações para baixo. A tendência de queda iniciou em 4 de agosto e vem de forma sustentada. Depois [foi registrada a queda] na média móvel de 7 dias e depois na média móvel de 14 dias", explicou Lúdio Cabral.
 
Levando em consideração diversos estudos que apontam que o número real de casos é até 10 vezes superior ao número oficial, o parlamentar acredita que Mato Grosso alcançou um certo grau de imunidade comunitária, com cerca de 23% da população já tendo sido infectada.

"A hipótese de queda da curva com imunidade de 20% a 25% da população que especialistas têm trabalhado é que essa imunidade é resultado da heterogeneidade da circulação da população, que produz bolhas. Mas essas bolhas podem estourar e o estouro delas pode causar o início da segunda onda", alertou.
 
Lúdio disse que o estado deve alcançar o "vale" no mês de outubro e defendeu que somente após isso sejam retomadas as atividades escolares presenciais. "O retorno das atividades escolares é a agulha mais importante que estoura as bolhas".
 
Também destacou a necessidade de reorganizar as escolas e espaços públicos. "Não só as atividades escolares, mas todas as atividades humanas vão ter que sofrer mudanças nos ambientes de trabalho e nas jornadas de trabalho de um modo geral. Enquanto não houver vacina, os ambientes de trabalho no serviço público são propícios à propagação do vírus. É impossível respeitar o distanciamento de dois metros, não há ambientes adequados e servidores públicos estão acostumados a trabalhar em condições muito precárias de higiene".
 
O presidente da Comissão de Saúde, deputado estadual Dr. Eugênio (PSB), solicitou que as orientações feitas pela comissão sejam encaminhadas oficialmente às Secretarias Estaduais de Saúde e Educação e aos municípios mato-grossenses.

Participaram da reunião os deputados Dr. Eugênio (PSB), Lúdio Cabral (PT) e Dr. Gimezes (PV).
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