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ONU discutirá sanções à Coreia do Norte contra lançamento de satélite

Folha Online

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) discutirá possíveis sanções contra a Coreia do Norte caso o país efetive o lançamento do satélite, anunciado por Pyongyang para o começo de abril e que os Estados Unidos e Coreia do Sul criticam como disfarce ao lançamento de um míssil de longo alcance.

O Ministro de Relações Exteriores e Comércio, Yu Myung hwan, disse acreditar que o conselho discutirá contra-ações contra Pyongyang. "Se o Norte lançar um míssil ou um satélite, será citado ao conselho para possíveis sanções", afirmou Yu, citado pelo jornal "Korea Times".

"Os Estados Unidos, China, Japão, Rússia e muitos outros países já afirmaram ao Norte que deve desistir de suas ambições com mísseis. Nós agiremos com eles também", disse.

A Coreia do Norte anunciou esta semana que espera lançar o satélite entre 4 e 8 de abril e fará isso sobre o mar do Leste (mar do Japão), segundo o Ministério de Terra, Transporte e Assuntos Marítimos sul-coreano, citado pela agência sul-coreana Yonhap.

Há duas semanas, Pyongyang admitiu que estava preparando o lançamento do míssil Taepodong-2, como parte do envio de um satélite para o desenvolvimento da comunicação do país. O governo do ditador Kim Jong-il ameaçou entrar em guerra com quem tentar interceptar o lançamento.

Cautela
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, adotou tom mais cauteloso ao dizer que o conselho agirá somente "depois que qualquer coisa acontecer".

"Eu estou preocupado com o recente movimento da Coreia do Norte de lançar um satélite ou míssil de longo alcance. Isso ameaçará a paz e a estabilidade da região", afirmou Ban, lembrando a resolução de outubro de 2006 que proíbe a Coreia do Norte de testar mísseis balísticos ou conduzir experimentos nucleares.

Segundo o jornal, Seul está consultando outros países e lançou uma força-tarefa para lidar com as "provocações" de Pyongyang --esta reunião deve incluir os seis parceiros internacionais das conversas de desnuclearização da Coreia do Norte.

Histórico
Em 1998, a Coreia do Norte enfrentou condenação internacional ao não informar as organizações internacionais de um míssil que lançou sobre o território japonês em direção ao Oceano Pacífico. O governo alegou, na época, que o lançamento era de um satélite, na órbita terrestre.

O primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, disse nesta sexta-feira que não permitirá que um satélite norte-coreano atravesse o território japonês e advertiu que não ficará de braços cruzados perante o lançamento previsto pelo país, informou a agência Kyodo.

"Nenhum país permitiu jamais um teste de um míssil sobre seu território e eu não tenho intenção de observar o lançamento planejado", afirmou o primeiro-ministro japonês. Na manhã desta sexta-feira, Aso pediu para que a Coreia abandonasse os planos de lançar o foguete, embora o governo da Coreia do Norte assegure que se trata de um satélite.

"Eles podem chamar isso de satélite ou de outra coisa. Mas se trata de uma violação de uma resolução do Conselho de Segurança que proíbe que Pyongyang tenha qualquer atividade envolvendo mísseis. Nós protestamos e pedimos o cancelamento imediato", disse o primeiro-ministro que afirma que a qualifica o lançamento como uma "infração descarada da Resolução 1718 do Conselho de Segurança das Nações Unidas".
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