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Imagens mostram animais carbonizados, rios secos e vegetação do Pantanal destruída; veja fotos

Da Redação - José Lucas Salvani

Imagens registradas pelo repórter fotográfico do Olhar Direto, Rogério Florentino, mostram o caos que o fogo trouxe ao Pantanal mato-grossense nas últimas semanas. As imagens, registradas ao longo da Transpantaneira, mostram animais carbonizados, rios secos, vegetação destruída e o trabalho de resgate de animais atingidos pelo fogo.

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As fotos, disponíveis na galeria abaixo, são fortes e exemplificam bem o desespero da fauna em meio a devastação do fogo que já destruiu o equivalente a 1,4 milhão de campos de futebol, segundo o secretário executivo do Comitê Estadual de Gestão do Fogo (CGF), Paulo André da Silva Barroso. 

Entre os registros,  há animais perdidos em meio a vegetação seca, ou então próximos ao fogo, enquanto uma capivara tenta se refrescar em meio a uma quantidade pequena de água. Segundo Barroso, ainda não há estimativas de quantos animais foram atingidos.
 

É possível perceber nas imagens que a fumaça toma conta de várias regiões, tornando a visibilidade bem precária. Os registros também mostram o trabalho de veterinários, biólogos e estagiários no resgate de animais atingidos pelo fogo. Os animais salvos são encaminhados ao Posto de Atendimento a Animais Silvestres (PAEAS), criado pelo governo do Estado para cuidar dos animais vítimas das queimadas.

A Delegacia de Meio Ambiente (Dema) apura quem são os possíveis responsáveis pelos incêndios e os indícios apontam que houve interferência humana como causa da origem das queimadas na região. A investigação policial apura a responsabilidade criminal dos envolvidos, as causas do incêndio, o nexo de causalidade entre o fato e o crime e quem é o autor do evento.

Em Tangará da Serra (a 251 km de Cuiabá), um homem de 40 anos foi apontado como causador de um incêndio que atingiu 105 hectares na cidade na última sexta-feira (11). O fogo começou por volta das 15h30 e só foi controlado às 21h. O homem foi detido depois que populares o identificaram para a equipe do Corpo de Bombeiros Militar em Tangará da Serra (3ª CIBM). 

“O incêndio pode comprometer a qualidade do ar, da água, e do solo. Além disso, podemos ter outro crime conectado, como é o caso do possível desmatamento que antecedeu o incêndio, eventualmente provocado pelo homem. Pode ter sido intencional, ou pode ter sido causado por uma situação involuntária”, explica a delegada Alessandra Saturnino de Souza Cozzolino, titular da Dema.
 

Já na última quinta-feira (10), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) apreendeu cinco tratores utilizados em desmatamento no Pantanal, em uma fazenda no município de Poconé (a 103 km de Cuiabá). A ação impediu o desmatamento e, consequentemente, o emprego do fogo.

Os tratores foram apreendidos na fazenda Bom Jesus III por fiscais da Coordenadoria de Fiscalização de Flora e retirados do proprietário, que é prestador de serviço contratado pelo dono da área desmatada. Estava ocorrendo a destruição de Área de Preservação Permanente (APP), já com descaracterização total do Bioma, com a retirada de mata ciliar ao redor de uma lagoa natural, pequeno refúgio para os animais silvestres como inúmeros jacarés e aves que se encontravam no local.

Conforme constatações realizadas pelos fiscais no local /e confirmadas por responsável pelo desmate, o intuito era concluir o desmatamento e queimar as leiras com material lenhoso, para em seguida realizar a semeadura de pastagem exótica, visando expansão da atividade de pecuária. As multas estão sendo calculadas.
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