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Derrotado internamente, Mendes deixa convenção antes do fim e declara apoio a adversário

Da Redação - Lucas Bólico/ Max Aguiar/ Carlos Gustavo Dorileo

O governador Mauro Mendes (DEM) compareceu à convenção partidária do Democratas na noite desta segunda-feira (14) disposto a votar contra a aliança com o PSDB na chapa que vai disputar a eleição suplementar ao Senado. A maioria do partido, no entanto, optou por indicar Julio Campos (DEM) para a primeira suplência de Nilson Leitão (PSDB), mas garantindo aos filiados a liberdade de apoiar quem quiserem. O governador, derrotado na sua tese, saiu cerca de 40 minutos antes do fim do evento e declarou que pedirá votos para Carlos Fávaro (PSD).

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“Meu apoio era ao [Otaviano] Pivetta e ao Carlos Fávaro. Pivetta desistiu, eu pessoalmente sempre disse que meu candidato será o Carlos Favaro”, confirmou. Questionado se a solução encontrada pelo partido acalmaria os ânimos internamente, tendo em vista que tanto os Campos quanto Mendes poderiam fazer o que quiserem, o chefe do Executivo minimizou a disputa que foi travada nas últimas semanas nos bastidores do DEM. “Os ânimos nunca tiveram exaltados. Ter divergência não significa ter ânimos exaltados”, sustentou.
 
De acordo com Mendes, a eleição de 2020 tem de ter como essencial as disputas municipais e o pleito suplementar ao Senado não pode tirar o foco do partido. “Era isso que estava combinado já dentro do partido desde o inicio, que o partido estaria liberado como de fato ficou. Para o partido e seus membros escolherem, porque de fato nessas eleições a prioridade é eleger prefeitos. Ocasionalmente nós temos uma eleição Senado no meio do caminho, mas nós não podemos inverter a ordem".
 
Mendes fez questão de ressaltar que o encaminhamento para a aliança com o PSDB se restringe exclusivamente à chapa ao Senado. “Então nos municípios, os prefeitos tem o PSDB como adversários e ali eles vão fazer coligações com quem convier a cada prefeito e cada vereador. Essa é uma decisão madura que nos permite priorizar o que é a verdadeira prioridade dos prefeitos no âmbito municipal".
 
Apoio não é “correto”
 
Poucas horas antes de o DEM se reunir para definir o rumo a ser tomado na disputa ao Senado, Mendes concedeu entrevista e criticou a possibilidade de aliança com Leitão. “Passarei por lá sim. Eu já disse publicamente que não é correto não apoiar quem não nos apoiou. Podemos até fazê-lo se não tiver ninguém do nosso lado. Então vou sempre ajudar quem me ajudou. Eu fiz isso a vida inteira, vou continuar fazendo. Não tenho nada contra o Nilson, agora eu como político sempre defendo que temos que manter a coerência e tem que dar reciprocidade a quem te apoiou”, disse o governador.

Implicação em Cuiabá

A decisão de liberar Júlio Campos como suplente de Nilson Leitão pode ser benéfica ao DEM municipal em Cuiabá. O deputado estadual Dilmar Dal Bosco afirmou também nesta segunda-feira (14) que o DEM está articulando para conseguir o apoio do PSDB na disputa da prefeitura de Cuiabá.
 
As tratativas, segundo o parlamentar, estão ocorrendo diretamente com o presidente nacional da sigla, Bruno Araújo. O esforço é necessário após diversos vereadores tucanos sinalizarem simpatia à candidatura de Emanuel Pinheiro (MDB).

O provável nome a ser lançado pelo DEM em Cuiabá é o de Fábio Garcia, presidente estadual da sigla. 

"Estamos num momento atípico eleitoral. Podemos estar coligados a nível de Senado com um partido e no município com outro. Isso exigiu de nós muita conversa e maturidade. Vamos trabalhar para ser o maior partido do estado. Talvez eu assuma um compromisso de disputa em Cuiabá e precisarei de todos", disse Garcia.
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