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Empresário afirma que só pediu para filha guardar arma pois achou que pistola estava descarregada

Da Redação - Wesley Santiago

Em entrevista concedida nesta quarta-feira (16), em frente ao Complexo Pomeri, o empresário Marcelo Cestari afirmou que só pediu para sua filha, a adolescente de 14 anos, que matou Isabele Guimarães Ramos, de mesma idade, no dia 12 de julho, no condomínio Alphaville, em Cuiabá, guardar a pistola que estava na sua casa porque acreditou que a arma estava descarregada.

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“Eu dei manutenção em armas, uma a uma. Não existe esta história de ficarem várias armas sobre a mesa. Tanto é que quando é pedido para que se deixe a arma [na casa], de imediato eu peço para que se guarde. É algo incoerente”, explica o pai, sobre a afirmação da polícia de que várias pistolas estariam expostas ao alcance de todos.

 

Depois, questionado sobre a sua afirmação feita em depoimento, de que poderia ter sido negligente, o empresário disse que “o delegado perguntou se eu teria sido negligente no aspecto de deixar a menina levar arma, eu disse que até poderia ser. Mas naquele momento, eu pedi pensando que ela estava descarregada e sem munição”.
 
A investigação realizada pela Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) mostrou que o namorado da adolescente que efetuou o disparo disse que, antes de deixar a residência, colocou o carregador na arma, mas não a deixou engatilhada ou com munição na câmara.
 
Porém, ninguém que estaria na casa teria visto ele colocando o carregador na pistola, que acabou sendo a arma que disparou contra a cabeça da adolescente tempos depois, causando sua morte.
 
Quebrou o silêncio
 
O empresário Marcelo Cestari quebrou o silêncio e falou pela primeira vez abertamente sobre o caso envolvendo a morte de Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, morta por um disparo de arma de fogo efetuado pela filha dele, no dia 12 de julho, no condomínio Alphaville, em Cuiabá. Ele disse que a filha está muito chateada com a situação, sofrendo bastante, perdeu a melhor amiga e reafirmou que tudo não passou de um acidente: “não existe nenhum criminoso”.
 
“Ela não usou a arma, foi um acidente, no sentido estrito da palavra e não no sentido técnico. Foi um infeliz acidente, onde ela perdeu a melhor amiga dela. O que aconteceu está nos autos, no relatos que fizemos e vocês todos já tiveram acesso”, disse o empresário.
 
O empresário ainda reafirma a versão mantida pela família, de que o caso trata-se de um infeliz acidente. “Não existe nenhum criminoso, nenhuma pessoa que queira fugir ou alguma coisa. Estamos prestando satisfação a todo momento para a Justiça”.
 
Marcelo Cestari ainda pontuou que preferiu não falar antes sobre o caso em respeito à Justiça. “Sem mesmo ter falado, já me acusaram de fraude processual. Imagina se antes eu tivesse externado alguma coisa. Como já terminou o inquérito, somente agora estou falando, em respeito ao processo. Não queria tumultuar ou trazer qualquer transtorno”.
 
A adolescente responsável pelo disparo que matou Isabele Guimarães Ramos no condomínio Alphaville responderá por ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso.
 
A Polícia indiciou ainda o empresário Marcelo Cestari, pai da jovem atiradora, pelos crimes de posse de arma de fogo, homicídio culposo (sem intenção de matar), por entregar a arma para adolescente e por fraude processual. Marcelo Cestari será julgado em outro processo.
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