Imprimir

Notícias / Cidades

Chamada de preta e macumbeira, mulher é demitida do trabalho após raspar a cabeça em iniciação à umbanda

Da Redação - Fabiana Mendes

Uma mulher de 41 anos perdeu seu emprego em uma empresa terceirizada de limpeza e alegou que foi em decorrência da discriminação religiosa e racismo. Um boletim de ocorrência foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Cuiabá, nesta terça-feira (22).

Leia  mais:
Curado da Covid-19 há mais de um mês, homem é encontrado morto dentro de barco

Conforme o documento, a vítima trabalhava desde junho de 2019 no cargo de auxiliar de serviços gerais e depois foi promovida para líder de setor. A mulher, que é umbandista, teria feito a iniciação religiosa no último dia 7, que inclui raspar o cabelo.

Para evitar comentários, ela teria ido trabalhar com seis tocas na cabeça. Por volta do meio-dia, teria ido ao banheiro. Sem que percebesse, uma supervisora também seguiu até o local, onde questionou se ela estaria em tratamento contra o câncer, ocasião, que ela respondeu ‘não’. A supervisora teria respondido somente “entendi”, deixou o banheiro e seguiu até o escritório.

Já no último dia 17, a mulher teria informada que deveria comparecer ao escritório. Tudo levava a crer que ela seria demitida. Ela chegou à sala por volta das 14h, porém só teria sido atendida às 16h30. A funcionária teve que tirar a toca da cabeça para que uma chefe visse a situação. Conforme o B.O, ela demonstrou reprovação ao visual da mulher e disse: “Além de ser negra, é macumbeira”.

A supervisora também teria dito que a funcionária deveria procurar Deus para se salvar e acrescentou: “Pessoa da sua cor e macumbeira não pode participar do quadro de funcionário da empresa. Não adianta procurar a justiça, pois não dá em nada, já que a empresa possui vários processos e nunca perdemos”, descreve a ocorrência.  

A chefe teria exigido que ela assinasse um aviso prévio com data retroativa de 11/09 e que ela deveria trabalhar no interior do escritório, pois não queria que ninguém a visse careca. A vítima teria argumentando que teria tido um agravamento em seu quadro de saúde devido a um acidente na empresa. A chefe então teria respondido que com o dinheiro da demissão, ela poderia fazer o tratamento.

A vítima afirmou à Polícia que ficou abalada emocionalmente diante da falta de respeito, intolerância religiosa e racismo da empresa. Além disso, todos os colegas de trabalho teriam ficado sabendo da demissão antes dela.
Imprimir