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Após críticas por atrasos, ministro promete “fazer de tudo” para salvar Pantanal

Da Redação - Carlos Gustavo Dorileoo

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, prometeu que o Governo “fará tudo que precisa ser feito” para continuar combatendo os incêndios florestais no bioma pantanal. Ele visitou a região castigada pelo fogo nesta quinta-feira (24) acompanhado do senador Wellington Fagundes (PL), presidente da Comissão Externa do Pantanal, cujos parlamentares criticam a falta de planejamento e atraso nas ações de combate às chamas.

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A visita de Salles ocorre um mês após primeiro sobrevôo, período na qual os focos de queimadas foram intensificados. O ministro chegou em uma base militar montada em Poconé, a 104 km de Cuiabá.  Um grupo de 40 militares do Distrito Federal, Goiás, Pará e do Paraná se juntaram as equipes que já atuam há mais de um mês na região. Foi levado mais um helicóptero para ser usado no  transporte de  tropa para áreas de difícil acesso.
 
Sem adentrar no aspecto da responsabilização, que, segundo Ricardo Salles, carece de apuração pelas forças policiais, o ministro atribuiu o recorde de incêndios a questão climática. O ministro disse que o  tempo seco, a pouca umidade e ventos fortes, são fatores que tem ajudado no aumento dos focos e na destruição da fauna e da flora.
 
“Soma se a isso, está claro também, o não manejo, talvez no momento e volume adequados, do uso do fogo para limpar o excesso de matéria orgânica. Isso se acumula, torna o combate mais complicado e muito mais difícil” – disse.
 
Atualmente, o Pantanal registra o número mensal mais alto de focos de incêndio desde o início da série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998: foram 6.048 pontos de queimadas registrados no bioma desde o dia 1º de setembro até quarta-feira,23, o dado mais recente. O recorde mensal anterior era de agosto de 2005, quando houve 5.993 focos de incêndio no bioma.
 
Somente no Parque Estadual Encontro das Águas, que abriga grande concentração de onças-pintadas, a destruição alcançou 85% dos cerca de 108 mil hectares, segundo cálculos do Instituto Centro de Vida, que monitora queimadas no País. Fundamental para a preservação do felino, a área atrai milhares de turistas ao Pantanal todos os anos.
 
Ricardo Salles também mencionou a “necessidade de uma melhor composição da parte produtiva do pantaneiro com a preocupação ambiental”. Essa regra de atuação deverá ser estabelecida no Estatuto do Pantanal, que começou a ser debatido pela Comissão Temporária do Senado presidida pelo senador Wellington Fagundes. A minuta do projeto já foi apresentada por Fagundes e deve ser aprovada dentro de 40 dias por sugestão da senadora Simone Tebet (MDB-MS).
 
No começo da semana, parlamentares criticaram duramente o comportamento do Governo em relação aos incêndios no Pantanal. O próprio Fagundes afirmou que a situação ficou fora de controle. “Ficou muito claro que faltou planejamento e que as decisões foram tardias” – disse, ao mencionar que só agora houve reforço de pessoal, com envio de integrantes da Força Nacional.
 
Conforme deliberação da Comissão, Fagundes aproveitou para convidar o ministro a participar das diligências previstas para o dia 3 de outubro a parte do Pantanal na região do Corumbá, em Mato Grosso do Sul. O ministro se comprometeu em participar da inspeção. (Com assessoria)
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