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Servidor que instalou câmera afirma que dinheiro recebido por Emanuel era dívida de pesquisa

Da Redação - Arthur Santos da Silva

O programa eleitoral do prefeito de Cuiabá e candidato em busca de reeleição, Emanuel Pinheiro (MDB), exibiu nesta quinta-feira (29) o depoimento do então servidor do gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Valdecir Cardoso, que foi o responsável por instalar a câmera que filmou deputados no Palácio Paiaguás. 

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Valdecir confirmou que o valor recebido por Emanuel – à época deputado estadual – era relativo a uma dívida que Sílvio Correa, então chefe de gabinete de Silval, tinha com o irmão de Emanuel, o empresário Marco Polo, “Popó”. 

“Chegamos no Palácio cedo, antes do governador. O Sílvio sentou na sala dele e falou assim: ‘Negão, vai ter um almoço aí, foram chamados vários deputados. Aqui tá a lista pra mim... pra você... quando estiver todos lá atrás e que eu pedir para você chamar, você chama um por um’”, recordou o servidor. 

“Como eu tinha sido usado para centralizar a câmera, imaginei que seriam gravados todos que estavam lá atrás. Adentrei na sala do Sílvio e falei: ‘o Emanuel está aí e veio pela recepção. Ele quer falar com você sobre a dívida do Popó’”, emendou Valdecir. 

Ele afirmou que, na ocasião, já tinha conhecimento sobre a dívida contraída por Sílvio com o irmão de Emanuel, bem como que o próprio Popó já havia lhe falado que pediria ao irmão para interceder junto a Silvio e ao governador. 

“Emanuel não estava na lista para ser gravado lá. Com Emanuel acho que foi injustiça. Eu ia fazer o que? Eu não podia tirar o Emanuel de lá, falar pra ele... falar nada. Porque empregado é empregado né. Quando eu vi o vídeo na televisão, em casa mesmo já falei pra minha esposa: ‘Emanuel não tem nada a ver com o pessoal que estava lá atrás’”, disse Valdecir. 

Ainda no programa, o prefeito Emanuel Pinheiro reiterou que foi ao Palácio naquela ocasião exatamente porque o gabinete do governador devia valores a seu irmão. 

“Ele [Popó] estava precisando, me pediu para ajudar a cobrar e eu concordei. Recebi apenas parte da dívida em dinheiro. O resto do pagamento seria feito em três cheques, que depois foram devolvidos porque estavam sem fundo”, disse o emedebista. 

Emanuel afirmou que os fatos estão devidamente documentados no processo da Justiça Federal e confirmados, inclusive, pelo próprio delegado da Polícia Federal no inquérito policial. 

O prefeito lembra que não se manifestou sobre os fatos anteriormente, uma vez que o inquérito corria em sigilo de justiça. Desta forma, ele não devia e não podia falar. 

“Mas a última decisão do juiz federal liberou para que eu pudesse me expressar. Desde então, tenho falado no assunto com tranquilidade, inclusive pela imprensa. Os cuiabanos que conhecem minha trajetória de mais de 30 anos de vida pública sabem quem sou, onde vivo e como vivo. As imagens são fortes e peço desculpas por elas. Mas esse incidente ficou no passado”, afirmou o prefeito.

“Na prefeitura, a gente tem trabalhado muito e feito grandes obras, com total transparência. Nenhuma dessas obras teve qualquer tipo de questionamento. Quando houve problemas com auxiliares, como acontece em qualquer gestão, eu os afastei imediatamente. Cuiabá segue com um modelo de gestão que prioriza quem mais precisa, os mais carentes”, concluiu. 

 
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