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Mato Grosso não registra roubos na modalidade novo cangaço desde 2013

Da Redação - José Lucas Salvani

O estado de Mato Grosso não registra roubos na modalidade conhecida como novo cangaço desde 2013, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). De acordo com o comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), tenente coronel PM Ronaldo Roque da Silva, a integração das forças de segurança reflete nos resultados obtidos, visto que o compartilhamento de informações sobre as organizações criminosas permite também planejar as ações de combate.

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“Os anos de 2011 e 2012 foram intensos no combate a esses grupos criminosos, e as forças policiais intervieram muito mais na reação, porque era algo novo, e eles tinham forte aparato de armas. Tanto o Bope quanto as demais unidades especializadas eram acionadas, e com a atuação pudemos entender a dinâmica e começamos a fazer um planejamento para quebrar essa estratégia deles”, conta.

Com isso, foi possível antecipar a ação criminosa, ganhando tempo para as outras unidades e forças policiais conseguirem chegar e somar forças. “A Polícia Militar criou um Procedimento Operacional Padrão (POP) para esse tipo de ocorrência, e, de forma integrada com as forças de segurança locais e equipes especializadas, cada um fazia o seu papel, de acordo com a estratégia local. Esses grupos tiveram muitas baixas, tanto de pessoal quanto financeira”, ressalta.

Naquela época, as ações ocorriam no interior, em municípios menores como Vila Rica, Paranatinga e São José do Rio Claro, escolhidos por oferecerem mais rotas de fuga e terem menor aparato policial.

O tenente coronel acrescenta que o Bope desenvolveu uma expertise em área de mata, que reduziu o perímetro de busca aos criminosos. A experiência chamou atenção de outras unidades da federação, que buscaram capacitação em Mato Grosso e passaram a aplicar em seus estados.

“Inicialmente, o Curso de Patrulhamento em Ambiente Rural foi realizado de forma interna, como requisito para o operador do Bope, mas ganhou notoriedade nacional. Foram capacitados profissionais de todas as regiões do Brasil, e membros de outras instituições também”, conclui.

A modalidade novo cangaço faz referência aos grupos de pessoas que invadiam municípios do sertão nordestino para assaltar bancos e carros-fortes, no final dos anos 90. As ações eram semelhantes ao modus operandi dos cangaceiros que aterrorizaram o Nordeste no início do século 20, como o bando de Virgulino Ferreira da Silva, o famoso Lampião.
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