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Battisti está confiante quanto a decisão do STF, diz advogado

ANSA

Um dos advogados que integram a equipe de defesa do italiano Cesare Battisti disse hoje à Ansa que o ex-ativista recebeu com otimismo a notícia de que seu caso começará a ser analisado pelos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) na próxima quarta-feira (9).

Segundo o advogado, Battisti está "confiante" quanto a sua possível libertação. O jurista revelou que seu cliente, preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília, já não toma tantos medicamentos contra a depressão, como vinha fazendo nos últimos meses, e continua a escrever um livro sobre suas memórias.

Em maio, em uma entrevista concedida à revista francesa Paris Match, Battisti revelou que passou a fumar e a tomar antidepressivos na cadeia. Ele também falou sobre o novo livro que vinha escrevendo.

A obra "fala sobre mim", disse ele na ocasião. "Não aguento mais escrever relatos autobiográficos. Mas escrevo em terceira pessoa. Tomei muito mais distância. Eu me interesso pelo Brasil. Eu me inspiro nas histórias dos presos. É através deles que eu abro as janelas desse país [...]. Em meu livro é o Brasil que eu pretendo mostrar", disse.

Também nesta quarta-feira, o advogado Ricardo Freire Vasconcellos, contratado pelo Estado italiano para atuar no caso, declarou à Ansa que o STF poderá precisar de ainda mais tempo para decidir sobre o futuro de Battisti, capturado no Rio de Janeiro em 2007.

Para Vasconcellos, trata-se de uma questão de "grande complexidade". Por este motivo, opinou, os ministros do STF não têm razões para "apressar a decisão".

Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos ocorridos no fim da década de 1970, quando integrava a organização de esquerda PAC (Proletários Armados pelo Comunismo).

O Estado italiano pede sua extradição para que ele cumpra a pena em seu país, mas em janeiro o ex-ativista foi beneficiado pelo refúgio político, concedido pelo ministro Tarso Genro (Justiça).

O parecer final sobre o caso caberá ao STF, que decidirá se Battisti será extraditado ou poderá ficar no Brasil -- neste caso, em liberdade.
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