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Lula resiste à retirada de pedido de urgência do pré-sal

AE

 O governo resiste em ceder e retirar o pedido de urgência constitucional que envolve os quatro projetos de lei contendo as regras para exploração do petróleo na camada do pré-sal por temer que, sem essa embalagem, nada seja votado antes da eleição de 2010. Pior: o Planalto avalia que o lobby das empresas privadas sobre o Congresso será proporcional ao tempo de tramitação das propostas.

Embora não esteja disposto a recuar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva analisará mais uma vez o assunto em reunião marcada para hoje com líderes e dirigentes dos partidos aliados que formam o Conselho Político do governo. A oposição ameaça obstruir as votações na Câmara caso o governo não retire a urgência para permitir mais tempo de discussão das propostas. Ainda ontem, Lula recebeu apelos para arquivar o pedido de urgência, mas não voltou atrás.

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), foi porta-voz de uma ala dos descontentes: conversou sobre a polêmica com Lula e com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, por 40 minutos. Sob o argumento de que a oposição ameaça obstruir todas as votações no plenário, daqui para a frente, Temer pediu a Lula que desistisse do regime de urgência.


"Foram os líderes que me pediram, por unanimidade, que eu enviasse os projetos desse jeito", afirmou o presidente, sem esconder a contrariedade com a nova posição de parte da base aliada. Pré-candidata do PT à sucessão de Lula, em 2010, a ministra Dilma foi taxativa: disse que o pré-sal pode cair no "buraco negro" do Congresso se o governo abrir mão da urgência. Por esse regime, a Câmara tem 45 dias para apreciar as propostas e o Senado, outros 45. Passado esse prazo, a pauta fica "trancada" e nenhum outro projeto pode ser votado.
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