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'Fantasmas', atendimentos expressos e mesmo CPF em agências distantes; saiba detalhes de esquema no Ganha Tempo

Da Redação - Wesley Santiago

Reportagem exibida no último domingo (20), pelo Domingo Espetacular, da Record TV, mostrou uma  suposta fraude milionária com a concessão das sete unidades do Ganha Tempo, em Mato Grosso. A fraude, já amplamente divulgada pelo Olhar Direto e outras mídias locais, poderia causar um rombo de R$ 250 milhões. 

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Um dos destaques da reportam é a utilização de um CPF mais de 500 vezes com a intenção de falsificar um documento. Assim, os responsáveis pelo crime poderiam  cobrar a mais pelos serviços junto ao Governo.

O responsável pela administração destas unidades do Ganha Tempo é o Consórcio Rio Verde, que vendceu a licitação em um valor estimado de R$ 460 milhões. 

Uma auditoria da Controladoria Geral do Estado (CGE) identificou mais de 37,9 mil atendimentos em CPFs inválidos. Além disto, mais de 500 casos eram de cadastros com várias sequencias de zero. Até os números sociais de pessoas mortas foram usados.

A reportagem ainda destaca casos de mato-grossenses, ainda vivos, que já tiveram o documento usado centenas de vezes sem autorização para simular atendimentos. 

Outro detalhe, também já amplamente divulgado pela imprensa local, é sobre um mesmo CPF que foi utilizado em unidades do Ganha Tempo em um intervalo de dois minutos. O detalhe é que elas ficam há uma distância de 600 quilômetros.

Os valores pagos pelo Governo às empresas do Consórcio eram calculados de acordo com o número de atendimentos e com a  rapidez com que eram finalizados.

Após ouvir mais de 1,2 mil pessoas, sendo 103 do próprio Ganha Tempo, os investigadores descobriram outras irregularidades na atuação do Consórcio Rio Verde.
Mais uma irregularidade encontrada foi no tempo de atendimento. Em 411 senhas, por exemplo, o tempo de espera foi de apenas um segundo.

Todas as irregularidades geraram, até o momento, um rombo de mais de R$ 13 milhões aos cofres públicos.

A defesa do Consórcio aponta que orelatório da CGE é fraudulento e tem por objetivo de prejudicar a empresa. 

“Temos provas inequívocas de fraudes [no relatório]”, alega o advogado Daniel Pastorin. A matéria destaca que as empresas do Consórcio têm outros quinze contratos para administrar os “Ganhas Tempos” de estados como São Paulo e Minas Gerais.

Em decisão, o Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE/MT) decidiu pela anulação do contrato do Consórcio Rio Verde, que promete entrar com recurso. O Governo do Estado disse que vai esperar a decisão final da Justiça e dos órgãos competentes.

 
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