Após fala considerada protecionista do presidente da França Emmanuel Macron contra a soja brasileira, a secretária estadual de Meio Ambiente (Sema), Mauren Lazzaretti, reclamou da falta de habilidade do Governo Federal para reverter a imagem do Brasil como um país que produz a partir do desmatamento.
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Segundo Mauren, é preciso mostrar o trabalho que os estados brasileiros realizam para proteger os biomas, principalmente a Floresta Amazônica e o Cerrado. “Mato Grosso tem feito isso, tem mostrado nosso esforço de combate ao ilícito e também todo o nosso esforço para legalização, cumprimento da legislação e ações para afastar qualquer tipo de ilegalidade. Tínhamos que trilhar o caminho de reforçar aquilo que fazemos bem, do quanto combatemos a ilegalidade e que produzimos preservando um território que nenhum lugar do mundo preserva”, declarou ao
Olhar Direto.
A secretária ainda declara que a legislação brasileira é reconhecida mundialmente como a mais completa e mais rigorosa, mas, ainda assim, o país é que mais produz alimentos do mundo. “O que existe é medo da concorrência de conservar e produzir”.
A declaração de Mauren e uma reação ao presidente francês. Nesta semana, Macron afirmou que “continuar a depender da soja brasileira seria ser conveniente com o desmatamento da Amazônia”. Além disso, em vídeo divulgado em seu perfil no Twitter, falou em “não depender mais” da soja brasileira e produzir o grão na Europa.
A fala do presidente tem como base artigo publicado na revista científica Science em 2020, que mostrou que 20% da soja brasileira produzida na Amazônia e no Cerrado exportada anualmente para a União Europeia podem ter saído de áreas de desmatamento ilegal.
Mauren, no entanto, afirma que a fala de Macron demonstra um “desconhecimento absoluto da legislação, trabalho, números e da legalidade da produção de Mato Grosso, assim como de tantos outros estados”.
“Julgo que essa afirmação é muito mais polícia/econômica do que de fato focada num objetivo ambiental, de proteção do planeta. O objetivo dele é econômico e não ambiental. Aflora uma ausência de conhecimento específico do que a gente faz no Brasil”, completou.
O governador Mauro Mendes (DEM) também rebateu o francês e o desafiou a provar que a França “tem 10% dos ativos ambientais que Mato Grosso sozinho tem".