O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agride a democracia ao solicitar urgência para os projetos de lei que estabelecem o marco regulatório para a exploração das jazidas de petróleo da camada pré-sal . O parlamentar criticou o presidente por impor sua decisão ao Congresso, não escutando a ponderação nem mesmo de partidos aliados, como o PMDB, na Câmara dos Deputados, e o PP, no Senado Federal.

- O presidente, do alto do seu poder, das suas palavras e da sua liderança diz: 'Nada importa, importa é o meu desejo' - disse o senador, lembrando que o governo teve dois anos para elaborar os projetos de lei apresentados e ao Congresso Nacional terá 90 dias para analisá-los.

Em pronunciamento nesta quinta-feira (3), Sérgio Guerra afirmou que o presidente Lula quer que o Congresso "funcione como funcionou o Conselho de Ética"; que um grupo com mais votos que o outro "tome a decisão que bem entender". Afirmou tratar-se de "uma tropa de choque reciclada", para decidir o futuro do petróleo no Brasil.

- Querem transformar o Senado e a Câmara no Conselho de Ética do qual nós já saímos porque não vale a pena ficar lá - afirmou.

O senador lembrou que era filiado ao Partido Socialista Brasileiro e votou várias vezes em Lula, na esperança de que um homem do povo ia ser presidente do Brasil e que o povo ia chegar ao governo. Ele criticou afirmações do presidente contra o Congresso Nacional, como quando disse que os senadores não trabalham e que o Congresso o está prejudicando.

Sérgio Guerra disse que o presidente Lula dá "uma lição de autoritarismo" na matéria mais importante que o Senado irá votar nos últimos oito anos. Afirmou que o debate é necessário porque "o petróleo não é do presidente Lula, não é do PT, é do país". Disse ainda que a oposição concorda que os recursos do pré-sal sejam utilizados para montar "um caminho para o povo", como a melhoria da educação.