Patrícia Helen Guimarães Ramos, mãe de Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, assassinada no condomínio de luxo Alphaville, em Cuiabá, em 12 de julho do ano passado, se posicionou após a detenção da amiga condenada pela morte da adolescente. “Ao tomar conhecimento da sentença ontem, deixei escapar um suspiro dolorido que estava me angustiando e ancorando minha vida e do meu filho em um martírio de sofrimento e de muito pranto”, disse em nota.
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A empresária pontuou que a Justiça foi assertiva ao descrever a conduta da adolescente apreendida. “Descreveu perfeitamente o enredo baseado em perícias técnicas e listou de forma clara e objetiva a conduta criminosa, fria, hostil e desumana, da menor que assassinou a minha filha cruelmente, não se deixando levar pela farsa que desde o primeiro momento a família da menor infratora insistiu em montar para encobrir a crueldade do assassinato da minha filha”.
Patrícia acrescentou também que Isabele foi a vítima do episódio. “Quero registrar e lembrar a todos que foi a minha filha a vítima, em especial para o pai da assassina, que tem insistentemente tentando fazer acreditar que eles são os inocentes, perseguidos e “ameaçados”. Talvez ontem, ele deve ter olhado para a cama vazia da filha e sentido a falta dela, mas, vai ao final poder conviver com ela novamente, eu não! Meu filho não! A minha família não! Jamais poderemos ter a Bele de volta para podermos amá-la e vê-la crescer! Nosso luto e luta serão eternos! ”.
Patrícia acredita que a circulação das armas entre os familiares facilitou a morte de Isabele. “Sei que a assassina não apertou o gatilho da arma que ceifou a vida da Bele sozinha, esse crime começou bem antes quando a arma rodou pela cidade, nas mãos de outro menor, que como visto nas mídias sociais costumava sair armado, pasmem, esse menor levava a arma para a escola, na mochila junto com biscoitos!! Então não foi só uma ocasião como alegaram sendo um descuido, era uma conduta corriqueira, contumaz, sair de casa pela cidade, na escola, supermercados e outros lugares com a arma na mochila e posar de xerife nas fotos”.
“As cenas e imagens já publicadas mostram exatamente a veneração do culto às armas pelas famílias envolvidas nesse crime, penso que essa tragédia anunciada poderia ter ocorrido com qualquer dos jovens frequentadores da casa dessas famílias, mas, espero e tenho esperança que possamos todos como sociedade enfrentar esta lei que permite adolescentes que não podem ser responsabilizados por seus atos, a frequentarem escolas de tiros e manusearem armas letais”, finalizou.
Veja a nota na íntegra:
*NOTA *
Ao tomar conhecimento da sentença ontem, deixei escapar um suspiro dolorido que estava me angustiando e ancorando minha vida e do meu filho em um martírio de sofrimento e de muito pranto.
A justiça foi assertiva e descreveu perfeitamente o enredo baseado em perícias técnicas e listou de forma clara e objetiva a conduta criminosa, fria, hostil e desumana, da menor que assassinou a minha filha cruelmente, não se deixando levar pela farsa que desde o primeiro momento a família da menor infratora insistiu em montar para encobrir a crueldade do assassinato da minha filha.
Quero registrar e lembrar a todos que foi a minha filha a VÍTIMA, em especial para o pai da assassina, que tem insistentemente tentando fazer acreditar que eles são os inocentes, perseguidos e “ameaçados”. Talvez ontem, ele deve ter olhado para a cama vazia da filha e sentido a falta dela, MAS, vai ao final poder conviver com ela novamente, EU NÃO! MEU FILHO NÃO! A MINHA FAMÍLIA NÃO! Jamais poderemos ter a Bele de volta para podermos amá-la e vê-la crescer! Nosso luto e luta serão eternos!
Mas, sei que a assassina não apertou o gatilho da arma que ceifou a vida da Bele sozinha, esse crime começou bem antes quando a arma rodou pela cidade, nas mãos de outro menor, que como visto nas mídias sociais costumava sair armado, pasmem, esse menor levava a arma para a escola, na mochila junto com biscoitos!! Então não foi só uma ocasião como alegaram sendo um descuido, era uma conduta corriqueira, contumaz, sair de casa pela cidade, na escola, supermercados e outros lugares com a arma na mochila e posar de xerife nas fotos.
E quando este menor chegou na casa da família da assassina naquele dia fatídico, as armas que ele trazia foram exibidas e passadas de mãos em mãos, com a permissão e participação irresponsável dos Pais da assassina, mesmo sabendo da presença de outros adolescentes que não eram da família!
Lamento muito o fato de nossa sociedade estar convivendo com essa insanidade relapsa que coloca o poder de tirar vidas, com requinte cruel e covarde, nas mãos de menores, demonstrando como está errado o trato e a posse de armas no nosso país.
As cenas e imagens já publicadas mostram exatamente a veneração do culto às armas pelas famílias envolvidas nesse crime, penso que essa tragédia anunciada poderia ter ocorrido com qualquer dos jovens frequentadores da casa dessas famílias, mas, espero e tenho esperança que possamos todos como sociedade enfrentar esta lei que permite adolescentes que não podem ser responsabilizados por seus atos, a frequentarem escolas de tiros e manusearem armas letais!
Patrícia Helen Guimarães Ramos