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Turquia receia que Obama reconheça o genocídio armênio

G1

O ministro turco das Relações Exteriores, Ali Babacan, disse existe o "risco" de um reconhecimento de um genocídio armênio por parte do presidente dos EUA, Barack Obama, uma eventualidade que, segundo ele, só dificultará os esforços de reconciliação entre a Turquia e a Armênia.

"Ainda percebemos um risco de que o novo presidente americano classifique as matanças de armênios durante o Império Otomano de genocídio", afirmou Babacan em entrevista difundida este domingo pelo canal de TV NTV.

O embaixador, no entanto, enfatizou que "o novo governo americano hoje compreende melhor a sensibilidade da Turquia em relação à questão armênia", o que impede que Ancara e a vizinha Armênia estabeleçam relações diplomáticas.

"Não seria racional que um terceiro país tomasse posição sobre este conflito. Um mau passo dos Estados Unidos prejudicariam o processo de normalização das relações", afirmou.

Na véspera, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou em Ancara a visita de Obama à Turquia "em aproximadamente um mês", o que abrirá nova etapa nas relações bilaterais entre estes dois tradicionais aliados.

Durante o governo Bush, as relações entre os dois países se deterioraram devido ao conflito no Iraque, com a oposição turca à invasão, em 2003.

"Trago mensagem pessoal" do presidente Obama, disse Hillary Clinton em entrevista à imprensa ao lado do ministro turco das Relações Exteriores, Ali Babacan.

"O presidente Obama visitará a Turquia em aproximadamente um mês", explicou, ao encerrar em Ancara uma viagem por países da Europa e Oriente Médio.

"A data exata será anunciada em breve", acrescentou.

As matanças e deportações de armênios entre 1915 e 1917 causaram mais de 1,5 milhão de mortos, segundo os armênios, e entre 300 mil e 500 mil, segundo a Turquia, que se nega a classificar essas mortes de genocídio.

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