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Dissidência do IRA assume ataque na Irlanda

Folha Online

O IRA Autêntico, uma dissidência do inativo Exército Republicano Irlandês (IRA), assumiu neste domingo a autoria do atentado cometido na noite deste sábado contra uma base militar na Irlanda do Norte, que deixou dois soldados britânicos mortos e quatro pessoas feridas, entre militares e civis. De acordo com as autoridades, algumas vítimas correm risco de morte.

O jornal irlandês "Sunday Tribune", com sede em Dublin, disse ter recebido uma ligação anônima feita em nome do IRA Autêntico na qual o grupo assumia a responsabilidade pelo ato.O ataque ocorreu contra a base de Massereene, a cerca de 25 quilômetros ao norte de Belfast. Homens armados chegaram no local disfarçados de entregadores de pizza, abriram fogo e fugiram. Cerca de 40 tiros foram disparados.

Neste sábado, o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, condenou fortemente os ataque e definiu a ação como diabólica. O primeiro-ministro da República da Irlanda, Brian Cowen, negou crise política e disse que o atentado não desestabilizará o governo de poder compartilhado entre católicos e protestantes, nem o processo de paz na Província.

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O Sinn Féin, braço político do IRA, condenou neste domingo o atentado e afirmou que os responsáveis do ataque "não têm nem apoio nem estratégia para conseguir a unificação da Irlanda". O presidente do partido, Gerry Adams, qualificou o "tiroteio" como uma agressão contra o "processo de paz".

Segundo o porta-voz do partido, a ação terrorista é "equivocada e contraproducente" para os objetivos históricos da comunidade republicana na ilha da Irlanda.

"Sua intenção é que os soldados britânicos retornem às ruas. Querem destruir os progressos dos últimos anos e afundar a Irlanda em um novo conflito", afirmou Adams, que pediu aos cidadãos que cooperem com as investigações da Polícia norte-irlandesa (PSNI), se tiverem informações a respeito.

A declaração de Adams é vista de forma positiva pela imprensa local, uma vez que a legenda criticou a polícia irlandesa (PSNI, sigla em inglês) de ter solicitado a intervenção dos serviços secretos (o MI5) e das Forças Armadas britânicas para enfrentar a crescente ameaça de facções dissidentes do IRA.

O chefe do PSNI, Hugh Orde, advertiu no último dia 6 que o risco de ataques de paramilitares dissidentes está no nível mais alto desde que ele chegou ao cargo, há sete anos.

Em agosto de 2007, o Exército pôs fim a suas operações na Província, aonde chegou em 1969 para apoiar a polícia, devido ao aumento da violência com os confrontos entre católicos e protestantes, uma situação que durou mais de 30 anos.

No entanto, o Sinn Féin considerou que os alertas lançados há dias pelas autoridades policiais eram exagerados e que, portanto, não justificava o envolvimento de forças especiais britânicas na região.
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