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“Crianças não são transmissores de alto risco”, defende médica sobre volta às aulas

Da Redação - José Lucas Salvani

“Crianças não são transmissores de alto risco” da covid-19, defende a médica infectologista Thalita Arruda. A profissional ainda alegou, durante o evento “Retorno às aulas presenciais no sistema híbrido: como eu e você podemos contribuir”, na última quarta-feira (24), que a proliferação do vírus está alta pela falta de biossegurança promovida pelos adultos. Por enquanto, as aulas presenciais estão previstas para retornar na próxima segunda-feira (1º).

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"Estudos mostraram que crianças não são transmissores de alto risco. Hoje a incidência está alta não por causa das escolas, já que elas estão fechadas, mas sim pela circulação sem medidas de biossegurança dos adultos", defendeu. "No ambiente escolar, é possível controlar a incidência por meio de medidas de biossegurança como: lavar as mãos, usar a máscara e manter o distanciamento", informou.

A psiquiatra infantil, Ana Cristina Gonçalves, afirma que houve um aumento significativo em seu consultório de patologias entre crianças e adolescentes saudáveis por conta do confinamento. Para a especialista em psicologia parental, Gina Coelho, o convívio só com a família não supre as necessidades de desenvolvimento e aprendizado e as escolas são espaço para desenvolver competências sócio-emocionais.

A volta das aulas presenciais, em sistema híbrido, está prevista para acontecer na próxima segunda-feira, mas depende do cenário pandêmico. De acordo com a secretária municipal de Saúde, Ozenira Félix, a decisão de janeiro, quando o município autorizou o ensino remoto nas escolas particulares a partir de fevereiro, já deixava claro que o retorno dos alunos para sala de aula dependeria de algumas condições, como as taxas de infecção e ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“Nós participamos das primeiras reuniões, no final de janeiro. O prefeito deixou claro  o retorno das aulas presenciais em março, mas tudo depende do cenário. Isso será debatido com o prefeito, com base em dados. No momento, a gente ainda não sabe. A questão das crianças voltarem para as escolas, há todo um regramento que as escolas têm que cumprir. Vamos ver agora com o novo cenário”, disse, durante live ao Olhar Direto no Instagram, nesta sexta-feira (26).

Dados do Painel Covid-19, da Secretaria Estadual de Saúde (SES), coletados neste sábado, apontam que 26,67% das UTIs pediátricas estão ocupadas. Com 15 disponíveis, quatro estão ocupadas. Já quanto as UTIs destinadas para adultos, a ocupação atual é de quase 84%.

CRP é contrário à volta

O Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP-MT) manifestou, em nota, contrariedade à reabertura dos estabelecimentos da rede de ensino público e privado do estado de Mato Grosso. Entre os argumentos apontados pela Autarquia Federal, está o fato de o Brasil continuar sendo um dos países com a maior taxa de mortalidade e número de casos acumulados.

De acordo com CRP-MT, pesquisas científicas e dados levantados em Cuiabá afirmam que a antecipação das providências de segurança e cuidado, como por exemplo o distanciamento social e a interrupção das aulas presenciais nos mais diversos níveis escolares e nas atividades complementares, como cursos de língua estrangeira e de atividade física, foram responsáveis pelo controle na mitigação que a capital teve no início da pandemia.

“Seria contraditório e incoerente com as evidências sanitárias que indicam que a pandemia permanece progredindo de modo insidioso e ainda com poucas condições de controle, que provavelmente, se efetivará apenas com a vacinação em massa. Por isso, preferimos mantermo-nos a favor da manutenção da vida dos estudantes e seus convivas neste momento, até que soluções mais efetivas se apresentem, como a vacinação”, disse o órgão ao justificar o posicionamento.

Atualizada às 14h58
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