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Notícias / Agronegócios

Pequenos produtores de Poconé ganham mais com farinheira

Da Redação /Com Assessoria

Não foi preciso muita coisa para que as 62 famílias de pequenos produtores da comunidade de São Benedito, distante 60 km de Poconé, conseguissem aumentar a produção de farinha, melhorando a renda e a vida no local. O empurrão que esta e outras quatro comunidades de Nossa Senhora do Livramento, Jangada e Cuiabá precisavam veio através do Consórcio de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local (Consad) Baixada Cuiabana.

Cerca de R$ 150 mil, entre recursos federais e do Governo do Estado, possibilitaram a capacitação de 130 moradores dessas comunidades, pelo Sebrae, e a compra de ramas de mandioca e de óleo diesel para a aragem da terra para o plantio.

As medidas simples deram bons resultados, como o aumento significativo da área plantada, contou o presidente da comunidade de São Benedito, Claro Dias de Almeida. “No começo do ano passado tínhamos uns 10 hectares plantados. Agora temos 60 hectares, e estamos trabalhando para chegar a 100 hectares no fim de 2009”, planeja.

Com o treinamento de quatro meses feito pelo Sebrae os produtores deixaram para trás antigos procedimentos e começaram o plantio da nova safra aplicando as técnicas de cultivo aprendidas. “Eles aprenderam a fazer um melhor aproveitamento do espaço e das plantas, a conservar as ramas, e, com isso, passaram a produzir mais”, explicou o técnico do setor de agronegócios do Sebrae, Rildo Ebúrnio. “Além do aprendizado, também deu para notar uma maior união entre as famílias e a elevação da auto-estima das comunidades”.

A capacitação incluiu ainda boas práticas de fabricação, com a sequência correta de procedimentos durante a produção da farinha, medidas para evitar contaminação cruzada, e a parte final, da comercialização dos produtos agropecuários. “Depois dos cursos, a comunidade que estava meio dispersa, desanimada, animou bastante”, afirmou Carlos de Almeida Rocha, enquanto descascava mandioca sentado em roda com os outros moradores.

A razão do otimismo generalizado é o aumento nos ganhos com a comercialização coletiva da farinha. A produção é toda vendida em supermercados de Poconé. “Estamos tirando uma média de R$500 por família por um dia de trabalho”, contou Maria de Fátima Gonçalves, que está colocando piso na cozinha de sua casa. “Antes a gente trabalhava só para comer. E isso não pode, tem que adquirir alguma coisa. Hoje tem gente que comprou bicicleta nova, outro uma novilha, outro um móvel. Assim é que tem que ser”, opinou o presidente da comunidade, Claro Dias de Almeida.

As noções de cooperativismo, associativismo e economia solidária, na avaliação do técnico e um dos coordenadores dos projetos de Segurança Alimentar da Secretaria de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs), Rondenelly Arruda, ajudaram nessa mudança de mentalidade das comunidades, que passaram a se preocupar mais com a melhoria das farinheiras, que são a fonte do sustento de todos. “A meta do Consad é essa, acabar com a fome, emancipar as famílias e dar condições para que elas gerem sua própria renda”, destacou.

Mais de três mil famílias de Mato Grosso - aproximadamente 20 mil pessoas, são beneficiadas direta e indiretamente pelos projetos do Consórcio de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local (Consad) da Baixada Cuiabana, formado atualmente por 13 municípios. São seis projetos que visam a inclusão social, a geração de renda e a segurança alimentar, contando com apoio de uma complexa e inovadora Rede de Colaboração Solidária, implantada na região. Juntamente com seus parceiros, o Consad participa de editais para obter recursos e apoiar essas ações. Em 2008 houve um acréscimo de 45% na renda dos beneficiários pelos projetos.

Além do cultivo e comercialização da mandioca, a Setecs também desenvolve os projetos de cultivo e comercialização do feijão-de-corda e de cinco agroindústrias nos ramos de pescado, fruticultura e cana-de-açúcar.


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