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FNP projeta mais seis semanas de pico da pandemia no Brasil; Cuiabá tem 148 aguardando por leitos

Da Redação - Isabela Mercuri

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), participou nesta semana de uma reunião da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), em que recebeu a projeção de que ainda haverá, no Brasil, cerca de seis semanas de pico da pandemia, com aumento considerável de casos e consequente aumento internações e de óbitos. Em Cuiabá, a Vigilância Epidemiológica confirma a projeção de aumento da demanda por leitos de Unidade de Terapia Intensiva – UTI que, até a noite de 19 de março, sexta-feira, estava com 148 pessoas na fila de espera.

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Diante deste cenário, a Secretaria Municipal de Saúde criou uma sala de situação, que planejou uma série de ações que deverão ser anunciadas na próxima semana. Apesar disso, o secretário adjunto de Atenção Secundária, Felipe Cardoso, alerta de que nenhum esforço do poder público é capaz de frear, sozinho, o avanço da pandemia. “Vocês podem nos ajudar. Procurem os postos de saúde da atenção básica primeiramente, senão a gente superlota as unidades de atenção secundária e terciária, que são as UPAs, as policlínicas e os hospitais. Procurem a referência perto da casa de vocês. Só de fazer isso vocês já vão estar nos ajudando muito! Nós estamos descentralizando os pontos de coleta de RT-PCR, potencializando a atenção primária".

Em Cuiabá, o Informe Epidemiológico nº 10, apontou, no último dia 16, aumento em torno de 4,19% nos casos, número superior ao observado na semana epidemiológica anterior, que foi de 4,04%. O estudo apontou que neste sábado (20) Cuiabá atingiria a marca de 61.149 casos confirmados. A projeção se concretizou com um dia de antecedência, com 61.382 casos confirmados na sexta-feira (19), mesmo com a população da Capital e de todo o estado de Mato Grosso convivendo com medidas restritivas, instituídas por decretos, visando conter a propagação do coronavírus. 

“A gestão Emanuel Pinheiro está fazendo o máximo possível pra gente conseguir lutar pela vida da população e fazer um SUS mais humano, mais resolutivo. A rede particular fechou as portas. Municípios vizinhos também já estão fechando portas e a gente está aqui na luta. Hoje quem está segurando os 141 municípios do estado é Cuiabá. O SUS Cuiabá que hoje ainda segura as pontas o máximo possível! E é por isso que a gente pede a consciência de cada um”, afirma Paulo Felipe Cardoso Costa, secretário-adjunto de Atenção Secundária.

O Informe Epidemiológico nº 10/2021 destaca, ainda, que não há evidências científicas de que as pessoas que se recuperaram da Covid-19 e tenham adquirido anticorpos estejam protegidas contra uma segunda infecção. Isso porque ainda não se sabe qual o nível de proteção ou quanto tempo vai durar. Por isso, a medida mais eficaz de prevenção é manter as medidas de prevenção, como manter o isolamento social, lavar as mãos constantemente ou usar álcool 70%, usar máscara facial da forma correta e manter a higiene das superfícies com que tiver contato.

O secretário-adjunto Felipe Cardoso frisa que esses cuidados ainda serão necessários por um bom tempo, até que a cobertura vacinal necessária para o controle da covid-19 (que é de 70%, no mínimo) seja atingida na população brasileira. “A gente pode fazer de tudo, mas, o colapso é muita gente adoecendo num curto período de tempo. Nenhum país do mundo tem estrutura para suportar essa quantidade de pacientes num curto período de tempo. Então a gente pede a colaboração das pessoas. Consciência hoje salva vidas. Nos ajudem! Mantenham o distanciamento. Não é hora de aglomerar, não é hora de fazer festa. É muito sério o que está acontecendo”, assevera.

Conforme os pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva e dos Departamentos de Geografia e de Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica de Cuiabá, responsáveis pela elaboração do Informe Epidemiológico da Covid-19, diante da atual taxa de ocupação de leitos no estado e na capital, faz-se necessária medidas mais rigorosas de restrição da circulação de pessoas e das atividades, bem como a testagem de casos suspeitos e seus contatos. 
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