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“Não é um favor aos governadores”, afirma Mauro ao cobrar agilidade da Anvisa para liberar Sputnik

Da Redação - Airton Marques / Do Local - Max Aguiar

O governador Mauro Mendes (DEM) cobrou agilidade da Anvisa para a liberação do uso emergencial da vacina Sputnik V. O democrata assinou na semana passada, em conjunto com estados dos consórcios da Amazônia e do Nordeste, contrato para a aquisição de 1,2 milhão de doses do imunizante. De acordo com ele, que se reuniu remotamente com os diretores da agência federal, nesta terça-feira (06), não é o momento de a burocracia atrapalhar o país a salvar vidas.

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“Reunião muito cumprida, muita conversa. No pouco mais de um minuto que falei, disse que o brasil precisa de vacina. Hoje mais de 4 mil brasileiros perderam a vida e em Mato Grosso foram mais de 100. Não é hora de conversar fiada. Quero saber o seguinte: nós compramos a vacina, assinamos contrato, temos dinheiro para pagar, o que a Anvisa precisa para liberar? Isso não é um favor aos governadores e estados, é ajudar o povo brasileiro a receber mais de 37 milhões de doses que vão salvar milhares de vidas. Precisamos de velocidade”, declarou.

O acordo para a aquisição foi assinado na semana passada. A compra é feita por meio dos consórcios do Nordeste e da Amazônia. Conforme o democrata, cada dose custará U$S 9.95 dólares, resultando em um total de U$S 11,95 milhões – cerca de R$ 67,3 milhões.

Com pelo menos 37 milhões de doses da Sputnik V garantidas pelos estados, o problema tem sido o pedido de uso emergencial feito pelo laboratório União Química, que ficará a cargo da produção nacional do imunizante. Mesmo sendo possível a produção nacional da vacina, as primeiras doses serão importadas, e para isso os governadores protocolaram um pedido de importação junto à Anvisa na semana passada.

Segundo noticiário nacional, a agência federal encontra dificuldades para obter toda a documentação necessária da União Química. O primeiro pedido de uso emergencial do laboratório, feito em janeiro, chegou a ser recusado pela Anvisa porque não tinha “requisitos mínimos para submissão e análise”.

Mauro espera que a liberação seja feita rapidamente, já que a previsão é de que os imunizantes comecem a chegar ainda em abril. “A Anvisa tem que liberar, essa vacina já está sendo aplicada em mais de 50 países. Não é hora de no meio da guerra ficar olhando para detalhezinhos, com burocracia, pois faltou um pingo no i. Reconhecemos a importância da agência, mas é hora de largar a burocracia”.

Na América Latina, a Sputnik V já é utilizada na Argentina e no México.

Liberação

Em coletiva a imprensa, o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, disse que existe a possibilidade de o Brasil receber uma “importação excepcional” para iniciar a produção no país. “A visita à Rússia busca esclarecer pontos fundamentais, então a visita será esclarecedora. Existe a possibilidade de importação excepcional, mas fazem parte do processo vários dentes dessa engrenagem”.

No início da tarde, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) conversou por telefone com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para tratar do assunto. Em entrevista à CNN Brasil, declarou que há grande possibilidade de o país fabricar a vacina, caso a Anvisa aprove o imunizante.
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