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Annie Leibovitz pode perder direitos de obras por dívida de US$ 24 mi

Associated Press

Os retratos provocativos de celebridades feitos pela fotógrafa Annie Leibovitz já estamparam diversas vezes as capas de revistas como "Vanity Fair" e "Vogue", fazendo com que ela se tornasse tão famosa quanto os retratados e ganhasse milhões de dólares.

Mas agora ela corre o risco de perder os direitos autorais sobre as imagens --e o trabalho de toda a sua vida-- se não pagar um empréstimo de US$ 24 milhões até terça-feira. O Art Capital Group, uma companhia de Nova York que faz empréstimos de curto prazo em troca de hipotecas, entrou com uma ação contra a fotógrafa em julho para exigir o pagamento.

Alguns especialistas dizem que entrar com um pedido de concordata pode ser a melhor opção para Leibovitz, de 59 anos, que hipotecou sua casa --que ocupa uma esquina do Greenwich Village, em Manhattan-- uma residência em Rhinebeck, ao norte de Nova York, e seu trabalho --avaliado em US$ 50 milhões.

Para compor as fotos que a transformaram em uma das melhores retratistas do mundo, Leibovitz nunca se preocupou com as finanças. Levar Arnold Schwarzenegger ao topo de uma montanha, mergulhar Whoopi Goldberg em uma banheira de leite ou fechar o Palácio de Versalhes para fotografar Kirsten Dunst como Maria Antonieta: tudo é permitido.

Os famosos fazem fila para ser imortalizados por sua câmera em um estilo próximo do hiperrealismo, mas trabalhar com tantas celebridades talvez a tenha feito perder o senso comum.

Leibovitz nunca teve a fama de organizar bem as próprias finanças. Quando, nos anos 80, a American Express a contratou para uma campanha foi revelada a notícia, irônica, de que a empresa havia negado a concessão do cartão de crédito à artista.

Mas desde o cantor John Lennon nu com Yoko Ono --fotografado horas antes de seu assassinato em 1980-- à rainha Elizabeth 2ª da Inglaterra, passando por Demi Moore grávida e nua, é difícil encontrar um famoso que não tenha sido retratado por Leibovitz, que iniciou a carreira na revista Rolling Stone em 1970.

Imprensa

Desde que o "New York Times" revelou o caso no início do ano, especula-se sobre as razões da queda em desgraça de uma de suas melhores artistas. A "New York Magazine" dedicou nesta semana um grande espaço para arriscar uma resposta, relatando como a vida de Leibovitz e suas obsessões profissionais foram pouco a pouco a afastando da realidade.

A revista investiga desde a montagem dos cenários delirantes de suas fotos até seu crescente gosto pelo luxo, incluindo a compra de um apartamento às margens do rio Sena em Paris para passar temporadas com a companheira, a escritora Susan Sontag, que morreu em 2004.

Em um documentário dedicado a Leibovitz, a editora da "Vogue", Anna Wintour, dá sua própria explicação. "O orçamento não é algo que entre na consciência dela, mas vale a pena, porque no fim ela te dá uma imagem como ninguém mais pode conseguir."
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