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Família alega negligência de hospital após grávida com Covid-19 perder bebê e morrer

Da Redação - Vinicius Mendes

A empresária Olga Maria Haddad Pinto, que estava com 33 semanas de gestação, acabou perdendo seu bebê pouco depois de descobrir que estava com Covid-19. A família alega que o Hospital Femina, onde ela fazia o acompanhamento da gravidez, foi negligente ao não realizar o parto, em decorrência do estado de saúde da mãe. A criança acabou morrendo na barriga de Olga, e ela após a cirurgia para retirada do bebê. O hospital afirmou que atende ao Código de Ética Médica.

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A empresária Olga Maria Haddad Pinto teria sido atendida pelo médico ginecologista Mauricio Martínez, no Pronto Atendimento do Hospital Femina, com febre de 38.6 graus e tosse. Após solicitar exames, o médico atestou que a paciente estava com alto grau de infecção e Covid-19.

Posteriormente, Olga foi encaminhada a um clínico geral, que a liberou. A família defende que o parto do bebê deveria ter sido feito imediatamente após a comprovação da Covid-19 e da alta taxa de infecção, pelo risco que mãe e filho estavam correndo.

Na manhã seguinte a paciente ligou para o médico, que a mandou ficar em casa tomando dipirona e anticoagulante. Durante a noite teve perda de sangue e contrações. Ela foi novamente à Femina e foi submetida à nova ultrassonografia, onde foi constatado que o bebê estava morto. 

"Então mandaram minha filha procurar outro hospital sob o argumento de que não havia mais vagas", disse Geny Martha Haddad Pinto, mãe da empresária. 

Todo o pré-natal foi realizado na unidade de referência para gestantes.  A família está revoltada com a postura do hospital e o acusa de negligenciar o parto do bebê de imediato, visto que o bebe passava bem, diante do alto índice de contaminação da mãe.

 "Poderiam ter salvo o bebê e minha filha desde o primeiro dia quando viram que ela estava com Covid e o bebê poderia vir a óbito", lamentou Geny,

Olga morreu vítima da covid em 12 de abril, no Hospital Santa Rosa, após cirurgia para retirada do bebê que já havia morrido.   

Por meio de nota o hospital afirmou que atende ao Código de Ética Médica e explicou que não houve vaga pois à época o sistema de saúde estava em colapso.

Leia a nota na íntegra:

Nota à Imprensa

O Hospital e Maternidade Femina expressa os mais sinceros sentimentos pela perda da empresária Olga Maria Haddad Pinto e seu filho, bem como se solidariza à toda a sua família. A instituição informa que possui corpo clínico aberto e atende ao Código de Ética Médica, que prevê que nenhuma disposição estatutária ou regimental, seja de hospital público ou privado, poderá limitar a escolha, por parte do profissional médico, das medidas que serão aplicadas para elaborar e concluir o diagnóstico e, também, na condução do tratamento. Nesse sentido, a conduta médica é soberana. 

Quanto à vaga para internação da paciente, conforme amplamente divulgado na imprensa, o sistema de saúde (público e privado) colapsou e, desde o início de março até a data do referido atendimento, o hospital não possuía vagas disponíveis em leitos de UTI para Covid-19, conforme prontamente informado à família. 

A Femina informa ainda que continua trabalhando 24 horas por dia, sem medir esforços para atender com segurança e qualidade. Contamos com uma equipe multidisciplinar e corpo clínico de excelência, no qual depositamos nossa confiança.
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