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Gallo diz que dinheiro para compra da Sputnik V não saiu dos cofres, mas Governo analisa motivos de ‘rejeição’ da Anvisa

Da Redação - Isabela Mercuri / Do local - Max Aguiar

O secretário de Estado de Fazenda Rogério Gallo afirmou que a não aprovação da vacina Sputnik V pela Anvisa não trouxe nenhum prejuízo financeiro aos cofres públicos de Mato Grosso porque o dinheiro para a compra não saiu dos cofres. No entanto, disse que a Secretaria de Saúde analisa os motivos desta rejeição.

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“O dinheiro não foi pago, só foi assinado o contrato. Só seria pago quando a vacina fosse aprovada pela Anvisa e quando houvesse o embarque lá na Rússia. Vendo o produto, produto embarcado, chegando aqui haveria o pagamento. Só com despacho aduaneiro e com a comprovação de que aquele produto de fato é o produto que a gente estava adquirindo, então não houve nenhum prejuízo”, garantiu o secretário nesta terça-feira (27).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou nesta segunda-feira (26) o pedido de autorização excepcional para a importação da vacina Sputnik V, da qual o governo de Mato Grosso assinou contrato para a compra de 1,2 milhão de doses. A decisão foi unânime, já que o órgão afirma não ter recebido relatório técnico capaz de comprovar que o imunizante atende a padrões de qualidade.

Ao todo, foram três gerências técnicas da agência (medicamentos, fiscalização e monitoramento) que deram pareceres contra a importação. Segundo os servidores, não foi possível também localizar o relatório com autoridades de países onde a vacina é aplicada.

A Gerência de Medicamentos apontou diversas falhas de segurança associadas ao desenvolvimento do imunizante. Na mais grave, explicou que o adenovírus usado para carregar o material genético do coronavírus não deveria se replicar, mas ele é capaz de se reproduzir e pode causar doenças.

Gallo afirmou que o Governo de Mato Grosso lamenta a rejeição à vacina, mas confia na Anvisa. “A equipe técnica da Secretaria de Saúde está avaliando as razões da decisão, e temos certeza que o próprio laboratório, o Gamaleia, que é o laboratório russo, também está fazendo suas avaliações técnicas porque é uma vacina já administrada e ministrada em 58 países, inclusive na Argentina, que talvez seja o que mais tem utilizado, então precisamos compreender quais foram as razões, apresentar as explicações, mas continuamos firmes no propósito de, [se] aprovado pela Anvisa, fazer as aquisições, porque nós vamos imunizar como o governador falou todos os mato-grossenses acima de 50 anos de idade”, completou.

O governador Mauro Mendes (DEM) havia anunciado ainda em março a assinatura de um contrato para a compra de 1,2 milhão de doses da Sputnik V. A negociação foi feita por meio de um Consórcio de estados que, juntos, apresentou a intenção de comprar 37 milhões de doses. Com a rejeição pela Anvisa, a compra está suspensa.
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