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Jovem que vive fazendo entregas de bicicleta busca emprego formal para ser reinserido no mercado de trabalho

Da Redação - Michael Esquer

O surgimento da pandemia do novo coronavírus alterou a dinâmica trabalhista e desencadeou crises no mundo todo, sobretudo, em países da América Latina, que já enfrentavam alto índice de informalidade e sofreram duplamente com os efeitos da precarização do trabalho. 

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A exemplo disso, em Cuiabá, o jovem Fellipe Lourenço, de 25 anos, após perder o emprego, para conseguir sustentar sua família, teve que utilizar a própria bicicleta para trabalhar como entregador, em rotinas exaustivas, que chegam a cerca de 70 km por dia. 

Atualmente, o jovem está em busca de um emprego formal para ser reinserido no mercado de trabalho. 

Aplicativos de entrega

Com o advento da popularização de aplicativos de entrega de comida, amplamente utilizados durante os períodos de restrição de mobilidade, Fellipe encontrou, no serviço, uma oportunidade. Como não possuía moto, utilizou a própria bicicleta como uma alternativa para trabalhar. 

Para fazer suas entregas, todos os dias, ele percorre cerca de 70 quilômetros. Desta forma, o que antes era uma fonte de renda extra, se tornou o seu sustento em tempos de pandemia.

Demitido durante a pandemia

Antes de atuar como motorista de delivery, Fellipe conta que trabalhava como vendedor de pipocas em uma empresa terceirizada que prestava serviços para um cinema em Cuiabá. Devido à suspensão de funcionamento dos mesmos, ele resultou sendo demitido. 

Após muitas tentativas sem sucesso de novamente ingressar no mercado de trabalho, com as contas chegando, e junto a elas a responsabilidade de colocar comida na mesa, o rapaz tomou a decisão de se cadastrar na plataforma de entrega por serviço de aplicativo, usando o único veículo que possui em casa: uma bicicleta. 

“Eu já usava a minha bicicleta para ir e voltar do trabalho. No começo do ano, quando ainda estava empregado, fazia algumas entregas para ganhar um dinheiro a mais no meu tempo livre, depois fui dispensado e hoje é o meu serviço fixo”, contou. 

Rotina exaustiva

Segundo o trabalhador, ele realiza em média cerca de 20 entregas todos os dias, número esse que varia de acordo com a quantidade de pedidos e as distâncias, que entre uma pedalada e outra pode chegar até 10 km. 

“É uma rotina bastante cansativa, exige muito esforço físico, pois eu trabalho o dia todo, de manhã e à tarde”, completou. 

Referente ao retorno financeiro, o entregador afirma que tem conseguido tirar uma renda mínima mensal e assim manter sua família. 

“Fácil não está sendo, é preciso ter muita força de vontade, ir em busca do pão de cada dia. É preciso dar um jeito para pagar as contas e esse foi o que encontrei”, destacou.  

Experiência em várias funções

Ele conta ainda que já desempenhou diversas outras funções ao longo de sua vida, sendo estas como garçom, vendedor, operador de telemarketing, entre outras, e enaltece que tem como crença de vida um conselho dado por sua avó: “Meus familiares sempre me diziam que quem quer arruma um jeito, quem não quer desculpas.” 

A realidade enfrentada por Fellipe não é um caso isolado, com agravamento da crise sanitária e consequentemente seus impactos econômicos, muitas pessoas encontraram na modalidade uma chance de driblar o desemprego. 

Além disso, a categoria enfrenta diversas dificuldades externas, como por exemplo, falta de ciclovias e altas temperaturas, bem como a exposição diária ao risco de contágio a Covid-19. 

Como ajudar

Felipe reitera que têm esperanças de alcançar um emprego formal novamente. Aos interessados em ajudá-lo, basta entrar em contato através do telefone: (65) 98153-0062.

(Com assessoria)
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