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Polícia no Paquistão busca autores de ataque contra seleção de críquete
BBC Brasil
A polícia no Paquistão lançou nesta terça-feira uma grande operação para tentar encontrar os homens armados que atacaram um ônibus que transportava a seleção de críquete do Sri Lanka na cidade de Lahore.
De acordo com a polícia, um grupo de dez a 12 homens fortemente armados com granadas e metralhadores abriu fogo contra o ônibus e deixou pelo menos seis policiais mortos e oito pessoas feridas --sete jogadores e um outro integrante da delegação.
Nenhum dos responsáveis pelo ataque foi morto ou capturado até o momento, de acordo com informações de autoridades paquistanesas.
Dois jogadores feridos da equipe do Sri Lanka foram levados para um hospital, mas já receberam alta, e outros quatro tiveram ferimentos leves, assim como o assistente técnico Paul Farbrace. Poucas horas depois do ataque, a delegação deixou o Paquistão.
Investigação
O ônibus da delegação circulava pelo centro de Lahore (cidade próxima à fronteira com a Índia) com destino ao estádio Gaddafi, onde a equipe jogaria uma partida, quando foi atacado. Testemunhas relataram ter ouvido fortes explosões e barulho de tiros.
Correspondentes dizem que os autores do ataque pareciam ter sido bem treinados. Eles teriam disparado granadas para desviar a atenção e então disparado tiros contra o ônibus.
"Nós tínhamos um motorista fantástico, que continuou a dirigir apesar de tudo, e acredito que isso nos salvou", disse o jogador Kumar Sangakkara a uma rádio australiana.
Correspondentes dizem que o Paquistão investiga diversas possibilidades, de grupos ligados ao grupo radical Taleban e à organização terrorista Al Qaeda a organizações militantes que operam perto da fronteira indiana ou na Caxemira, área disputada pelos dois países.
Outra possibilidade não descartada é a de envolvimento de rebeldes do grupo rebeldes dos Tigres Tâmeis, em guerra civil com o governo do Sri Lanka.
Reações
O Paquistão convidou o Sri Lanka para excursionar pelo país depois que a Índia cancelou sua viagem, alegando falta de segurança no país após os ataques na cidade indiana de Mumbai, em novembro, atribuído a militantes islâmicos baseados no Paquistão.
Depois do ataque desta terça-feira, o presidente do Conselho Internacional de Críquete --órgão regulamentador do esporte-- disse que o Paquistão não deve ser escolhido como sede de torneios internacionais da modalidade em um futuro próximo.
O presidente do Sri Lanka, Mahinda Rajapakse, descreveu o episódio como um "ataque terrorista covarde" e determinou que os jogadores da seleção de críquete voltassem para o país.
A Índia ofereceu condolências às vítimas e pediu que o Paquistão "combata e destrua a infraestrutura terrorista de uma vez por todas".
Em um comunicado, o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, também condenou o atentado e ordenou uma investigação imediata para identificar os responsáveis e as causas do ataque.
Em entrevista à emissora de televisão Geo TV, o ministro paquistanês Sardar Nabil Ahmed Gabol afirmou que sinais indicam que os autores do atentado podem ter atravessado a fronteira da Índia para cometer o ataque.
Gabol acrescentou que o atentado desta terça foi uma retaliação por causa dos ataques em Mumbai e representa uma "uma declaração de guerra da Índia ao Paquistão".